O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, lamentou esta sexta-feira a “infelicidade de linguagem” do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, que, em entrevista à Renascença e ao “Público”, disse que a situação nas Forças Armadas “é insustentável”.
João Gomes Cravinho reconhece que o problemas é real, mas garante que a matéria tem vindo ser objeto de atenção por parte do Governo.
“O papel do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas é assegurar que as missões são cumpridas. É evidente que, se ele chegasse à conclusão que não pode cumprir essas missões, então sairia. Mas não é essa a situação. Portanto não há lugar a qualquer tipo de aviso. Não há aqui nada de novo”, disse o ministro esta sexta-feira.
O ministro diz que “não há lugar par dramatismos” e que a situação é algo “que é perfeitamente conhecido”. “O Governo está a trabalhar há bastante tempo na resposta a esta situação, que é uma situação que necessita de resposta a nível de planos do Governo, nomeadamente o plano de profissionalização das Forças Armadas, para melhorar o recrutamento, a retenção e, depois, a reinserção na vida civil”, disse o ministro.
Em entrevista à Renascença e ao “Público”, na quinta-feira, o almirante dramatizou a falta de recursos humanos nas Forças Armadas classifico como “insustentável” o facto das Forças Armadas estarem com menos seis mil militares do que deveriam
Na mesma entrevista, o almirante disse mesmo que as Forças Armadas já tiveram que negar um pedido da Proteção Civil.
“Recentemente a um pedido da Proteção Civil dissemos que não tínhamos mais militares para empregar. A Força Aérea já tem problemas para a disponibilidade de pessoal para a manutenção dos seus meios e para a própria vigilância e segurança das unidades. A Marinha tem navios que não têm lotações completas, o Exército tem regimentos que deviam ter 360 praças e têm 100, 120. Este é o problema mais premente das Forças Armadas. Estamos profundamente empenhados em inverter esta situação”, disse Silva Ribeiro nesta entrevista.