O presidente da Iniciativa Liberal (IL) encerrou esta sexta-feira a campanha autárquica em Lisboa com um apelo ao voto no partido nas eleições de domingo, para combater a “decadência” do país e o “poder absoluto do Partido Socialista (PS)”.
“Cada vez mais portugueses sabem que o futuro é liberal, porque os portugueses estão fartos da decadência em que Portugal se encontra, estão fartos do marasmo de cada uma das terras onde vivem, fartos da falsa esperança e necessidade de emigrar para singrar na vida, fartos do poder absoluto do PS”, afirmou João Cotrim de Figueiredo.
Ao lado de Bruno Horta Soares, candidato da IL a presidente da câmara, e perante uma plateia de algumas dezenas de apoiantes na festa que encerrou a campanha, o líder do partido apontou o dedo também aos “domínios de 10, 20 e 30 anos nas câmaras municipais que têm empobrecido essas câmaras e o país como um todo”.
“Portugal tem de voltar a crescer. Sem Portugal crescer de novo, não vamos resolver problemas de tantas décadas que nos afligem, não queremos um Portugal dos pequeninos, queremos um Portugal que seja maior, e nesse Portugal maior não cabe aquilo que hoje se passa, não podemos ter um Estado deste tamanho, temos de ter um Estado menor”, sustentou.
Cotrim de Figueiredo apelidou o Estado de “máquina que se auto-alimenta e cresce dia após dia sem que aumente a qualidade dos serviços públicos”, e criticou a carga fiscal, os monopólios na prestação dos serviços públicos e a omnipresença na economia nas vidas das pessoas, exemplificando com as prioridades do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e com os 4 mil milhões de euros postos na TAP.
“Queremos um Estado melhor, sim, que dê o exemplo de responsabilidade, de responsabilização pelos atos que são praticados pelos agentes públicos. E aí pergunto-vos, e vocês não vão ter resposta: a que velocidade ia o carro do ministro Eduardo Cabrita? Ainda hoje não se sabe. E podia citar-vos mais dezenas de exemplos”, afirmou o deputado liberal, em alusão ao acidente numa autoestrada com o carro oficial do detentor da pasta da Administração Interna, de que resultou a morte de um trabalhador na via.
Cotrim de Figueiredo exigiu ainda um “Estado melhor, que seja mais forte na regulação, no cumprimento das regras, e na garantia das liberdades e direitos individuais, como nunca tem sido nos anos mais recentes, nomeadamente durante o estado de emergência e naquela aprovação inenarrável do artigo sexto da Carta dos Direitos Digitais”.
Defendendo um Estado que “não pode ser baseado na propaganda, tem de ser baseado na verdade”, o presidente da IL disse que o PS não se pode assumir como o partido da libertação ou o partido do crescimento: “Portugal foi governado pelo PS em 19 dos últimos 25 anos e cresceu menos do que qualquer país que entrou na União Europeia depois da nossa adesão”, afirmou.
Cotrim de Figueiredo encerrou o discurso a defender que “só há um voto útil em Lisboa e em todo o lado”, sublinhando que “as ideias novas, as ideias liberais, o aumento do escrutínio e o aumento da exigência serão sempre aqueles que virão pela eleição de autarcas liberais”.