"Insulto e populismo". Fenprof demarca-se de protesto contra Costa
11-06-2023 - 10:28
 • Ricardo Vieira

"Imagens como as que foram exibidas não dignificam os professores e a sua justa luta”, defende a Federação Nacional dos Professores.

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A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) demarca-se dos protestos de sábado contra o primeiro-ministro, António Costa, durante as comemorações do 10 de Junho, no Peso da Régua, em Vila Real.

A Fenprof não subscreve a manifestação realizada por cerca de uma dezena de professores, que ergueram cartazes onde António Costa aparece com cara de porco e seguiram o primeiro-ministro durante vários minutos.

“A Fenprof demarca-se do insulto e do populismo: a meio da cerimónia surgiu, no local em que a Fenprof se encontrava, um grupo de cerca de uma dezena de professores envergando t-shirts com caricaturas de mau gosto de Marcelo Rebelo de Sousa e de João Costa e empunhando cartazes com a imagem distorcida de António Costa, tendo este um lápis espetado em cada olho. Mais tarde, esse grupo seguiu o primeiro-ministro durante largos minutos”, refere a Federação Nacional dos Professores, em comunicado enviado à Renascença.

A Fenprof “demarca-se daquelas imagens, considerando que para se exigir respeito é necessário saber respeitar”.

“Se a lutar também se está a ensinar, não se podem usar como armas o insulto e populismo. Imagens como as que foram exibidas não dignificam os professores e a sua justa luta”, refere.

A Fenprof acrescenta que os restantes professores respeitaram as comemorações do 10 de Junho e “foram também cumprimentados pelo Senhor Presidente da República, que garantiu que se irá manter atento à situação que se vive na Educação, admitindo a realização de uma reunião para breve”.

Após os discursos do 10 de Junho, o primeiro-ministro foi alvo de protestos de professores, que empunhavam cartazes e gritavam contra o que designam "política neoliberal" do Governo para a Educação.

Empunhando cartazes com a cara de Costa caricaturada com um focinho de porco e dois lápis enfiados pelos olhos, os professores foram sempre aos gritos de "neoliberal" e "conheço o seu programa" ou "traiu o socialismo".

O primeiro-ministro disse que os protestos fazem parte da democracia, mas irritou-se com o que disse serem “cartazes racistas”.