O eurodeputado social-democrata Paulo Rangel considera que o Governo falhou na preparação do sistema de saúde para o cenário de pandemia do novo coronavirus.
No habitual espaço de comentário semanal na Renascença, o dirigente do PSD fala mesmo em falhas graves de previsão.
"Uma delas, para mim inaceitável, é a do equipamento que não existe nos hopsitais. Isto é um dado objectivo. Se falar com qualquer médico, todos sabem que não existem equipamentos. SInceramente tivemos todas as condições para precaver esta hipótese. Mesmo no caso dos ventiladores, é para mim inaceitável que o investário seja feito no fim-de-semana anterior quando desde 25 de Janeiro podíamos não comprar mas pelo menos preparar", afirma no programa Casa Comum, numa parceria com a Euranet, rede europeia de rádios.
Rangel considera que "não é altura de as apurar mas mas também não é altura de passar por cima delas", insistindo que Marta Temido é uma Ministra da Saúde que " não está à altura das responsabilidades, não transmite confiança, não tem um discurso claro".
O eurodeputado é também jurista e chama a atenção para a violação da Constituição na intervenção de emergência em Ovar, pelo menos à aplicação do decreto de estado de emergência.
" A declaração de calamidade não está enquadrada na Constituição. Nesse aspecto os espanhoi têm uma regulação muito mais inteligente que a nossa. Tenho dúvidas que até mesmo o fecho de fronteiras em certas condições seja totalmente constituional. Isto vem dar cobertura jurídica", sustenta Paulo Rangel na Renascença.