A Sociedade Portuguesa de Obstetrícia considera que a revisão da proposta da rede de referenciação dos blocos de partos é um novo "impasse" no estabelecimento deste sistema, cuja implementação é "fundamental".
Em declarações à Renascença, o presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Familiar (SPO) descreve o nascimento de uma nova rede de referenciação hospital em ginecologia, obstetrícia e neonatologia como "um parto muito difícil".
"Voltamos a ter um impasse e neste momento, para as grávidas e para os profissionais de saúde, de facto, não é o ideal", declara Nuno Clode. "A referenciação é fundamental, de modo a que as senhoras saibam onde se dirigir e os próprios médicos saibam aonde dirigir" as grávidas, diz.
O presidente da SPO afirma que pensava que esta reforma "já estaria muito mais adiantada e que provavelmente poderia a breve trecho ser aprovada", já que "é fundamental para olear todo este sistema de referência em rede do Serviço Nacional de Saúde".
De acordo com o jornal Público, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) decidiu rever a proposta de reforma desta rede de referenciação. A primeira proposta provocou grande controvérsia e críticas por propor a concentração de seis blocos de partos, que caiu na segunda proposta do grupo de trabalho coordenado por Diogo Ayres de Campos.
No entanto, a equipa de Fernando Araújo optou pela revisão dessa segunda proposta, que justifica por esta ser sido alvo de "um conjunto alargado de críticas". Como é preciso reunir com os serviços dos hospitais que têm maternidades, assim como com as respetivas direções, o processo apenas deve ser retomado após as férias, em setembro.