Tem sido intensa a actividade para que seja possível encontrar rapidamente uma solução definitiva para todos ficarmos a saber o que vai ser o futuro do futebol em Portugal.
Ontem foi dado um passo importante nesse sentido, tendo o Primeiro-Ministro chamado a São Bento as figuras mais proeminentes da modalidade e com elas refletir sobre o que mais convirá fazer no imediato.
Como nota mais relevante ficou a promessa de haver amanhã uma decisão, após ser consultada a comissão que foi constituída para, face às circunstâncias, emitir uma opinião baseada em razões concretas, e tendo em conta a exigência de serem respeitadas as condições sanitárias que se colocam num momento tão delicado das nossas vidas.
Há já exemplos de decisões de ruptura adoptadas em outros países europeus. A mais recente chegou-nos ontem de França, onde o governo de Macron assumiu que a temporada futebolística terminou, lançando deste modo a Ligue 1 para um beco do qual vai ter muita dificuldade em sair a curto prazo.
Bélgica e Holanda já haviam dado os primeiros sinais, havendo dúvidas sobre o que vai acontecer na Itália, Espanha e Inglaterra, países onde também tem havido intenso debate sobre as condições em que o futebol pode regressar aos estádios.
Na Espanha, sobretudo, parece haver alguma resistência por parte dos jogadores para tudo recomece, colocando estes sobre a mesa exigências que visam a protecção dos seus direitos, particularmente o direito à saúde.
Por cá, depois do plano elaborado da Liga de Clubes, arrojado e já com datas previstas para as fases que poderão seguir-se, a situação deu agora um passo atrás. Antes de tudo, há necessidade de se avaliarem os riscos decorrentes de um recomeço destemperado, que poderá acarretar prejuízos incalculáveis.
Claro que os clubes, sobretudo os maiores, estão numa situação desesperada. Sem receitas e sem perspectivas de as poder recuperar a curto prazo, é caso para dizer que estão à beira do abismo.
Alguns clubes da primeira liga correm mesmo risco de sucumbir de forma irreversível. Sem precipitações, há pois que avaliar com bom senso os passos que a seguir serão dados.
Para já, a bola está do lado da comissão técnica encarregada de elaborar um parecer definitivo. Sem esquecer que o Comité Médico da FIFA já deu o seu veredito: “o futebol não deve regressar antes de Setembro”.