O primeiro-ministro, António Costa, pronunciou-se esta quinta-feira, pela primeira vez, sobre o caso “e-toupeira”, que envolve suspeitas de corrupção de um dirigente do Benfica e de um funcionário judicial, com violação da base de dados Citius.
A pergunta foi levantada pelo líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, que questionou Costa sobre que medidas tomou o Governo para garantir a segurança na Justiça.
“Tivemos a notícia de um funcionário judicial, especialista em informática, que usou uma password adormecida de uma procuradora para obter informação relativamente a um clube de futebol, imprimindo documentos e distribuindo por toda a gente”, começou por referir o deputado social-democrata.
“Nós temos esta informação de um clube que, por acaso, nos une, não vou dizer qual, mas é do nosso clube de futebol. E eu pergunto-lhe: depois de a ministra da Justiça ter desvalorizado a situação, dizendo que não há sistemas informáticos imunes, o Governo já tomou alguma medida no sentido de criar condições para que o nosso sistema informático possa não estar sujeito a acontecimentos desta natureza? A segurança na justiça é fundamental”, sublinhou.
Na resposta, o primeiro-ministro começou por responder: “Mesmo tratando-se de um clube que nos é querido, não vou especular sobre uma matéria em investigação.”
António Costa admitiu que “não há forma alguma de prevenir que alguém certificado para utilizar o sistema o faça de forma indevida”.
“Apesar de tudo, devíamos regozijar-nos de, pelo menos por uma vez, a violação do segredo de justiça foi fácil de descobrir e apontar alguém que o tenha feito”, sublinhou o primeiro-ministro.