O presidente executivo da Galp criticou nesta segunda-feira a medida do Governo de possibilitar o regresso ao mercado regulado de gás, que abrange famílias e pequenos negócios, defendendo que "não é uma medida eficiente para beneficiar quem precisa".
Na intervenção durante uma conferência promovida pela CNN, sobre a transição energética, Andy Brown defendeu que a medida adotada pelo Governo, que permite que consumidores domésticos de gás natural e também pequenos negócios regressem ao mercado regulado "não é uma medida eficiente para beneficiar quem precisa", uma vez que, segundo o responsável, vai beneficiar pequenos negócios, "incluindo os que não precisam", que podem, assim, aceder a tarifas mais baixas.
O responsável disse que a empresa está a discutir com o Governo a medida que faz com que tenha de direcionar mais gás natural para venda no mercado regulado, ou seja, mais barato, apontando que "inverte anos de progresso no sentido da liberalização e do mercado livre".
Recorde-se que, segundo o Ministro do Ambiente, a partir de 1 de outubro, as famílias e pequenos comerciantes vão poder mudar do mercado liberalizado para o mercado regulado de gás natural. Uma medida decidida pelo Governo na sequência do anúncio de aumentos dos preços pela EDP e pela Galp, que nalguns casos chega aos 150%.
A mudança poderá significar uma poupança de 65% na fatura. A medida vigorará por um prazo máximo de 12 meses e pode abranger até 1,5 milhões de clientes, disse, na altura o ministro.
Os consumidores, segundo Duarte Cordeiro, vão poder fazer a mudança do mercado liberalizado para o mercado regulado de gás através da internet, não tendo de esperar até 1 de outubro, data em que a medida entra em vigor.
Numa primeira fase, poderão fazê-lo dirigindo-se a uma loja do comercializador de gás no mercado regulado.