Porque “uma coleção não é um acumular de objetos”, mas sim um “organismo vivo”, a coleção de Serralves mostra agora ao público, em exposição, as mais recentes aquisições e integrações no seu espólio.
A exposição “História(s) da Arte - Aquisições recentes na coleção de Serralves” leva às paredes do museu projetado por Álvaro Siza Vieira, 19 obras de 12 artistas nacionais e internacionais que entraram para a coleção nos últimos quatro anos.
Em entrevista ao Ensaio Geral da Renascença, a curadora Isabel Braga explica que “todos os anos”, Serralves incorpora novas obras na coleção, “quer por via de compras, quer por via de doações ou depósitos”.
“Uma obra que entre para a coleção vai alterar o todo, porque há sempre novas possibilidades de leitura que são trazidas pela incorporação dessa obra”, indica a curadora que assim justifica o título desta exposição “História(s) da Arte”.
No entender desta especialista “Serralves tem a função de fomentar a atividade artística e dar o apoio possível à comunidade artística”. Entre as obras expostas estão trabalhos de artistas como Cabrita, Trisha Donnelly, António Júlio Duarte, Carla Filipe, Jorge Queiroz, Francisco Tropa, Carlos Bunga ou José Pedro Croft.
“É uma seleção de obras”, esclarece Isabel Braga que acrescenta que no período entre 2018 e 2021 “houve mais obras que entraram para a coleção” que soma já um total de mais de 4.300 peças.
Quanto aos artistas, Isabel Braga fala da relação que Serralves vai criando com eles. “As doações acabam por refletir alguma cumplicidade entre os artistas e a instituição”, diz a curadora que indica que muitos dos criadores “já fazem parte da História da Arte”.
A mostra que integra artistas de “várias gerações”, conta também, através das obras expostas, “um vasto leque” de diferentes histórias. É o caso da obra do artista nascido no Porto, Carlos Bunga.
“O Carlos Bunga é um artista que utiliza materiais pobres e que usa um dispositivo tipo vitrine, onde guarda uma pintura sobre cartão, numa alusão a um museu e à vontade da Humanidade de preservar aquilo que é frágil e finito”, explica a curadora sobre a obra “Tentativa de Conversação”.
“História(s) da Arte: Aquisições recentes na coleção de Serralves” é uma exposição que pode ser visitada no museu do Porto, até 4 de setembro.