O sérvio Novak Djokovic já conhece o adversário da primeira ronda do Open da Austrália, em que, pelo menos por agora, poderá participar.
O número um do ténis mundial, defrontará o compatriota Miomir Kecmanovic, 78.º do "ranking" ATP, na estreia no primeiro Major do ano.
A australiana Ashleigh Barty e a japonesa Naomi Osaka podem encontrar-se na quarta ronda. Barty é a número um mundial e joga em casa, ao passo que Osaka, atualmente 14.ª WTA, é a vigente campeã e tem quatro títulos do Grand Slam em piso rápido nos últimos quatro anos.
Logo a abrir, há um duelo entre a britânica Emma Raducanu, campeã do US Open, e a norte-americana Sloane Stephens, que venceu em 2017.
Os portugueses Gastão Elias e João Sousa estão na ronda final do "qualifying". O primeiro defronta, a partir das 23h00, o cazaque Timofey Skatov, 255.º ATP. O segundo medirá forças, na madrugada de sexta-feira, com o moldavo Radu Albot, número 123 da hierarquia mundial.
Foram estes os principais pontos de interesse do sorteio, adiado em cima da hora em favor de uma conferência de imprensa do primeiro-ministro australiano, que recusou comentar a possível deportação de Djokovic.
Esse assunto está a cargo do ministro da Imigração, Alex Hawke, que adiou uma decisão, de acordo com o jornal australiano "The Age".
O ministro tem poder para cancelar o visto do tenista sérvio, que prestou falsas declarações à entrada para a Austrália. No entanto, ainda não determinou se irá fazê-lo. Entretanto, o Open da Austrália está quase a começar e Djokovic já tem adversário para a primeira ronda.
De qualquer forma, de acordo com a mesma publicação, a equipa de advogados do desportista submeterá imediatamente um recurso para tribunal caso Alex Hawke decida cancelar-lhe o visto.
Através de uma publicação nas redes sociais, na madrugada de quarta-feira, Djokovic admitiu ter-se encontrado com um jornalista, apesar de saber que estava infetado, o que quebra as regras sérvias de isolamento, e classificou essa atitude como "um erro de julgamento".
O número um do mundo admitiu também erros na declaração que apresentou ao governo australiano sobre o seu histórico de viagens, antes de voar para Melbourne. Contudo, sublinhou que a documentação foi preenchida pela sua equipa de apoio em seu nome, classificando o caso como um "erro administrativo" e humano, não deliberado.
Djokovic, que não está vacinado, entrou na Austrália na semana passada graças a uma isenção médica por ter testado positivo à Covid-19. O ministro Alex Hawke continua a considerar a possível revogação do seu visto, e em consequência, uma hipotética deportação.
Depois de ter visto um tribunal de Melbourne dar-lhe razão, ordenando a sua libertação e entrada no país, as informações erradas que deu à entrada da Austrália podem enfraquecer a posição de Djokovic.
Djokovic, de 34 anos, deseja competir no Open da Austrália em busca de um inédito 21.º triunfo em torneios do Grand Slam.
Neste momento, está empatado na lista dos mais vencedores de sempre com o espanhol Rafael Nadal, que também se encontra em Melbourne, e o suíço Roger Federer, os três com 20 conquistas.
Após aterrar Djokovic em Melbourne, as autoridades de imigração revogaram-lhe o visto por, alegadamente, não ter cumprido os requisitos de entrada, que procuram prevenir a propagação da Covid-19 no país, apesar de uma isenção médica que lhe permitia entrar no país sem vacinação, por ter estado infetado em finais de dezembro.
Ficou isolado até segunda-feira num hotel destinado a requerentes de asilo, em condições que a sua família denunciou como “desumanas”.
O juiz Anthony Kelly ordenou ao Governo australiano a libertação do atleta e a devolução do passaporte e bens pessoais, bem como o pagamento das despesas legais de Djokovic, que poderá, assim, disputar o Open da Austrália. No entanto, o governo admitiu recorrer.
A libertação de Djokovic reuniu centenas de apoiantes que rodearam a viatura que o transportava, obrigando a polícia a dispersar a multidão.
O Open da Austrália será disputado entre 17 e 30 de janeiro.