Os bombeiros insistem na ameaça de paralisar o transporte de doentes não urgentes, caso não haja um acordo com o Ministério da Saúde sobre a atualização dos valores a pagar às corporações de bombeiros.
Há um mês, o congresso extraordinário da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) aprovou, por unanimidade, uma resolução que prevê o boicote de cinco dias ao transporte de doentes com alta hospitalar de altas hospitalares.
O primeiro prazo para um entendimento com o ministério da Saúde foi fixado até à Páscoa, mas foi estendido até ao final deste mês, altura em que decorrem negociações para resolver o impasse e, dessa forma, evitar que o protesto dos bombeiros possa provocar uma situação difícil para os doentes e, também, para os hospitais.
Em declarações à Renascença, o presidente da LBP alerta que, “a não serem encontradas soluções, temos uma frente de confronto que não interessa a ninguém e, em particular, num ano em que vamos ter os incêndios florestais difíceis, em que vamos ter a Jornada Mundial da Juventude - que obrigam também a uma sobrecarga na área da Saúde - é da vontade de todos que este assunto fique resolvido”.
António Nunes acrescenta que a negociação com a tutela prevê a revisão da tabela do transporte de doentes “com retroativos a um de janeiro do corrente ano”.
Caso tal não aconteça, os bombeiros prometem adotar a moção aprovada no congresso extraordinário de Gondomar, que especifica que a recusa ao transporte de altas hospitalares "será repetida com intervalos de 15 dias" até que sejam satisfeitas as propostas dos bombeiros, que incluem, também, uma revisão do protocolo de cooperação com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Embora, nesse ponto específico da negociação, o presidente da LBP admita que “o processo deverá demorar mais tempo”.
António Nunes acredita, contudo, que “também aqui será possível chegar a um acordo que interessa a todas as partes”.
No próximo fim de semana, a LBP reúne-se em Conselho Nacional Extraordinário para ratificar as ações aprovadas no congresso de há um mês e decidir se entram, efetivamente, em vigor, caso a discussão com o Ministério da Saúde não dê resultados até 30 de abril.