O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro defendeu hoje uma "investigação rápida" ao acolhimento de refugiados ucranianos por russos alegadamente simpatizantes do regime de Vladimir Putin, considerando que os responsáveis "têm de ser demitidos ou devem demitir-se". .
"Deve ser feita uma investigação rápida e se o que veio a público foi verdade", disse Luis Montenegro, defendendo que a situação é "intolerável". .
Em declarações aos jornalistas, à margem da 7.ª Academia de Formação Política para Mulheres, o candidato à liderança do PSD defendeu que a ser verdade que cidadãos ucranianos estão a ser recebidos em Portugal por russos alegadamente simpatizantes do regime de Vladimir Putin, "quem tiver responsabilidade nisso tem de ser demitido ou deve demitir-se".
"Se for verdade, que há informação sobre os refugiados que vieram para Portugal e sobre as suas famílias que se mantiveram na Ucrânia e que essa informação possa ter sido conduzida para o poder da Federação Russa isso é inaceitável e tem de ter consequências e responsabilizações políticas", observou. .
Já durante a sua intervenção, Luis Montenegro salientou que o país tem de ser "verdadeiramente intransigente" e que os sociais-democratas não vacilam quando o que está em causa são os valores da democracia e dos direitos humanos. .
"Não há perdão se efetivamente se comprovar que houve gente a recolher elementos para o uso no seio do conflito armado. Elementos de pessoas que fugiram da morte porque estes refugiados fugiram da morte, fugiram da fatalidade de serem atingidos por mísseis que são lançados de forma indiscriminada, que deixaram as suas famílias ou parte delas a lutar pelo seu património físico, cultural e, sobretudo, humano", disse, reforçando que, a comprovar-se, o caminho "é a demissão e a responsabilização total".
Segundo revelou na sexta-feira o jornal Expresso, mais de 160 refugiados ucranianos já terão sido recebidos por Igor Khashin, antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e pela mulher, Yulia Khashin, funcionária do município setubalense.
De acordo com o Expresso, Igor Khashin, também líder da Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo), subsidiada desde 2005 até março passado pela Câmara de Setúbal, e a mulher terão, alegadamente, fotocopiado documentos de identificação dos refugiados ucranianos, no âmbito da Linha de Apoio aos Refugiados.