A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) admite que existia a expectativa de médias nacionais na linha das do ano passado, que subiram bastante, e não de uma descida acentuada como a que se registou agora.
“Estávamos à espera que tudo fosse idêntico àquilo que foi no ano passado, conscientes de que tinha sido muito difícil”, afirmou Jorge Ascenção, da Confap, em entrevista à Renascença.
De acordo com os dados do Júri Nacional de Exames, divulgados esta segunda-feira pelo Ministério da Educação, as médias dos exames nacionais baixaram em todas as provas mais concorridas, com excepção do Português, que se manteve nos 12 valores.
Física e Química foi a disciplina na qual os estudantes sentiram maior dificuldade, com a média a passar de 13,2 para 9,8 valores, a única abaixo dos 10 valores.
Entre as disciplinas com um número de alunos superior a 2.500, as únicas subidas foram nas disciplinas de Geometria Descritiva A e Matemática Aplicada às Ciências Sociais, em que a classificação média aumentou 1,2 valores em ambas.
“A forma como [os exames nacionais] foram corrigidos, os critérios, o modelo que foi adotado acabou por influenciar, no ano passado, uma subida que pode não ser real. E quando há variações muito abruptas é preciso ver o que acontece para que isso surja", alertou Jorge Ascenção.
Num comunicado também divulgado hoje, o Júri Nacional de Exames sublinha que este ano os alunos realizaram os exames finais nacionais que elegeram como provas de ingresso e, também, para melhoria da classificação final de disciplina apenas para efeitos de acesso ao ensino superior, justificando assim que quase todas as provas tenham tido média acima dos 10 valores.
No entanto, se no ano passado os alunos foram beneficiados pelas regras excecionais introduzidas devido à pandemia da Covid-19, e cuja principal novidade foi a existência de um grupo de questões opcionais em que era contabilizada a melhor resposta, este ano o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) trocou o peso da balança e houve mais perguntas de resposta obrigatória, aumentando ligeiramente o grau de dificuldade.
Este ano os exames realizaram-se em 647 escolas de todo o território nacional e nas escolas no estrangeiro com currículo português, com 248.136 inscrições na primeira fase dos exames nacionais (menos 9.194 em relação a 2020) e 204.368 provas realizadas (menos 23.594).