Nos 10 anos da visita que realizou a Lampedusa, no sul de Itália, o Papa Francisco lamenta a repetição de graves tragédias no Mediterrâneo, considerando-as verdadeiros “massacres silenciosos diante dos quais ainda permanecemos impotentes e atónitos”.
Numa carta enviada ao bispo de Lampedusa, Francisco refere que “a morte de inocentes, principalmente crianças, em busca de uma existência mais pacífica, longe das guerras e da violência, é um grito doloroso e ensurdecedor que não nos pode deixar indiferentes".
"É a vergonha de uma sociedade que não já não sabe chorar nem ter pena do outro”, afirma o Papa.
Dez anos depois da visita a Lampedusa, as tragédias sucedem-se e o Sumo Pontífice volta a sublinhar a urgência de mudar de atitude, porque “o irmão que bate à porta é digno de amor, acolhimento e toda bondade. É um irmão que, como eu, foi colocado na terra para desfrutar do que ali existe e partilhá-lo em comunhão”, escreve o Santo Padre.
Nesta carta, Francisco exorta todos “a não permanecerem presos ao medo ou à lógica partidária, mas a serem cristãos capazes de fecundar esta ilha, situada no coração do Mare Nostrum, com as riquezas espirituais do Evangelho, para que volte a brilhar na sua origem beleza”.