O Presidente da Repúblicanão é referido no processo judicial do caso da encenação do achamento das armas furtadas na base militar de Tancos, avança o “Diário de Notícias”.
Marcelo Rebelo de Sousa só foi informado de que a Polícia Judiciária Militar (PJM) estava indignada por se sentir afastadas da investigação ao assalto a Tancos, indica o jornal.
Esse mal-estar foi transmitido ao Presidente da República, numa reunião, pelo então direto da PJ Militar, coronel Luis Vieira.
O ex-chefe da Casa Militar do Presidente da República, João Cordeiro, foi investigado, mas o Ministério Público (MP) não reuniu provas de que estava ao corrente da operação de encobrimento.
Na terça-feira, depois de discursar na assembleia-geral da ONU, o Presidente da República sentiu a necessidade de fazer uma declaração aos jornalistas, a reagir a uma notícia que citava uma escuta, na qual o major da PJ-Militar e arguido no caso Vasco Brazão se referiu ao chefe de Estado como o "papagaio-mor do reino", que, segundo ele, sabia de tudo.
Marcelo Rebelo de Sousa reiterou nunca ter sido informado, por qualquer meio, sobre o alegado encobrimento na recuperação das armas furtadas de Tancos, e sublinhou que "é bom que fique claro" que "não é criminoso".
"Nem através do Governo, nem através de ninguém no parlamento, nem através das chefias militares, nem através de quaisquer entidades de investigação criminal, civil ou militar, nem através de elementos da minha equipa, da Casa Civil ou da Casa Militar, nem através de terceiros, não tive", declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado, que é comandante supremo das Forças Armadas, disse que soube que "a defesa de um dos implicados fez questão de afirmar expressamente que não envolvia o Presidente da República".
O Presidente sublinhou que se trata dos "mesmos factos, os mesmos elementos", de "há três ou quatro meses, que são reapresentados".