Epidemiologista aconselha Natal com menos de 50 pessoas para não duplicar casos
19-11-2021 - 16:09
 • Filipe d'Avillez

Apesar de Portugal estar com melhores indicadores agora do que em períodos homólogos, todos os índices estão com tendência crescente.

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Portugal está numa situação muito melhor se comparado com o período homólogo, no que diz respeito a esta quinta fase pandémica em que o país se encontra, dizem os especialistas do Infarmed, mas ainda assim há indicadores preocupantes.

Segundo o epidemiologista Henrique Barros, que fez uma das apresentações na reunião, é preciso tomar algumas medidas para evitar a duplicação de casos. Entre estas estão as reuniões sociais, em altura de Natal, mais comedidas.

“Nessa hierarquia das medidas, se olharmos para os casos de infeção – porque do ponto de vista de internamentos e internamentos em cuidados intensivos isso não se justificaria – poderia fazer sentido, se não queremos estar, como podemos esperar estar, com duplicações de casos num período relativamente curto, desaconselhar as reuniões com muitas pessoas, as reuniões sociais com mais de 50 pessoas”, disse.

Portugal está na quinta fase da pandemia com uma tendência crescente de casos. Pedro Pinto Leite, da DGS, explicou que a faixa etária até aos 9 anos é onde se regista a maior incidência.

A região do Algarve tem a incidência mais elevada do país com transmissão do vírus a ocorrer em contexto familiar, festas sociais e universidades e transmissão comunitária de uma nova variante, até agora prevalecente no Reino Unido.

Já a região centro é onde se regista mais ocupação nos cuidados intensivos e na região norte 70% dos casos estão relacionados com ambiente escolar, contexto laboral e empresarial.

“A taxa de infeção amentou, encontra-se com tendência crescente, a nível nacional. Os internamentos por Covid-19 tanto totais como em UCI aumentaram, também se encontram com tendência crescente. No entanto a ocupação em UCI ainda se encontra a 28% do nível de alerta”, explicou.

“A mortalidade também aumentou, com tendência crescente, ainda que inferior ao limiar de 20 óbitos a 14 dias por milhão de habitantes. Quando comparado com períodos homólogos, tratam-se de valores de impacto de mortalidade e de gravidade inferiores ao que já tivemos em fases anteriores”, concluiu Pedro Pinto Leite.