O secretário-geral da ONU, António Guterres, escreve, esta quarta-feira, na rede social X, que "nada justifica" os ataques, sejam eles do Hamas ou de Israel.
Guterres acrescenta que "as mágoas do povo palestiniano não podem justificar os ataques horrendos do Hamas" e reafirmou que também "não podem justificar o castigo coletivo do povo palestiniano".
Estas declarações acontecem depois de ter dito, na terça-feira, no Conselho de Segurança da ONU, que os ataques do Hamas no sul do território israelita não aconteceram "no vazio" e que surgiram na sequência de "56 anos de ocupação sufocante" do povo palestino por parte de Israel.
António Guterres acrescentou ainda que "esses ataques terríveis não podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano". Além disso, voltou a apelar a um "cessar-fogo humanitário imediato" para que 2.3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza tenham acesso a água, alimentos e combustível. "Até a guerra tem regras", disse.
Na sequência destas declarações, o embaixador de Israel em Portugal, disse em entrevista à Renascença que o discurso de Guterres foi "uma vergonha". Dor Shapira reafirma que todas as autoridades portuguesas "apoiam o direito de Israel de se defender a 100%" e que a questão "não tem nada a ver com o conflito israelo-palestino". Escreveu ainda, na rede social X, que o secretário-geral da ONU "perdeu a sua credibilidade a trair o mundo livre."
Já o embaixador de Israel nas Nações Unidas, Gilad Erdan, pediu a demissão de Guterres da ONU e disse que "depois do massacre de 7 de outubro, não há lugar para uma posição equilibrada. O Hamas tem de ser apagado do planeta", escreveu em publicação nas redes sociais.
De acordo com o Al Jazeera, os ataques israelitas à Faixa de Gaza já fizeram 5.790 vítimas.