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O Sindicato de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU) exige que o Governo contrate "imediatamente" enfermeiros para reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), denunciando situações "insustentáveis" que "já são crónicas", mas "agravaram-se" devido à pandemia Covid-19.
"O défice de enfermeiros no SNS é crónico e denunciado há muitos anos, mas o enorme afluxo de doentes nas últimas semanas está a tornar a situação impossível. Os enfermeiros estão a trabalhar horas intermináveis sem folgas, sem condições de proteção mínimas, expostos ao contágio. E a situação ainda vai piorar mais com a subida esperada de casos nas próximas semanas", refere a presidente do SITEU, Gorete Pimentel, citada num comunicado enviado à agência Lusa.
O SITEU exige, assim, que o executivo socialista de António Costa contrate "imediatamente enfermeiros para reforçar as equipas de saúde", temendo "mais tarde" seja "tarde demais" e que escasseiem enfermeiros nos hospitais.
"Para que os enfermeiros aceitem os contratos que lhes oferecem, o SITEU considera que são necessários incentivos que valorizem a profissão e reconheçam os riscos adicionais a que os enfermeiros estão expostos, nesta altura de pandemia, com turnos ainda mais exigentes, com maior rotatividade e a que acresce um ainda maior desgaste físico e emocional", lê-se na nota do sindicato.
De acordo com o SITEU, o Governo está a oferecer para a entrada de novos enfermeiros, com contratos de quatro meses, 6,42 euros por hora, e os concursos lançados "estão a ficar desertos".
"Quem quererá ir para o olho do furacão nestas condições, sem treino e sem equipamento de proteção? Numa altura em que não sabemos quando atingiremos o pico [da pandemia], quanto mais regressar à normalidade?" - são as perguntas formuladas pela direção do sindicato.
Num comunicado que começa com o alerta de que a pandemia "está a provocar o caos nos serviços, tendo já alastrado às Instituições Particulares de Solidariedade Social", nomeadamente aos lares, hospitais privados e cuidados continuados, o SITEU aponta que "o número de enfermeiros doentes" com o novo coronavírus "sobe todos os dias, o que deixa os serviços ainda mais depurados".
Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, o último balanço da Direção-Geral da Saúde indicava 10.524 infeções confirmadas. Desse universo de doentes, 266 morreram, 1.075 estão internados em hospitais, 75 recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.
A 17 de março, o Governo declarou o estado de calamidade pública no concelho de Ovar, que a partir do dia seguinte ficou sujeito a cerco sanitário com controlo de fronteiras e suspensão de toda a atividade empresarial não afeta a bens de primeira necessidade. A medida foi, entretanto, prolongada até 17 de abril, permitindo agora a laboração de fabricantes de equipamentos de segurança e serviço "take-away" em restaurantes.
O país está desde as 00h00 de 19 de março em estado de emergência, o que vigora até às 23h59 do dia 17 de abril. A medida proíbe toda a população de circular fora do seu concelho de residência entre 9 e 13 de abril, para desincentivar viagens no período da Páscoa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou cerca de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 64 mil.