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A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande alertou esta quinta-feira a população para a vaga de assaltos nas aldeias evacuadas devido ao incêndio que lavrou no concelho e pediu atenção ao surgimento de falsos técnicos de apoio.
“Quero lançar um alerta para a nossa população por causa de duas situações que estão a acontecer: uma delas foi inicial, em que as pessoas foram retiradas das suas aldeias e houve grupos que sabiam que as aldeias tinham sido evacuadas e assaltaram essas casas”, disse à agência Lusa o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Carlos David.
Ao mesmo tempo, chegou ao conhecimento deste responsável “que existem falsos técnicos no terreno, identificados como voluntários, e que querem entrar dentro das casas das pessoas para ajudar e depois assaltam-nas”.
“Atenção, não acreditem, nós estamos a desenvolver um plano de acção que é centralizado nas Juntas de Freguesia [...] e em duas ou três associações aqui do concelho”, acrescentou, solicitando à população para estar atenta a “caras estranhas”.
Acresce que, segundo o representante, “há contas falsas na internet de ‘Os amigos de Pedrógão’ e de ‘Os unidos de Pedrógão’”.
“Isso é tudo vigarice, isso é tudo falso”, realçou.
Carlos David reconheceu que “as pessoas estão a ser apanhadas de surpresa com esta onda de solidariedade que está a surgir”, mas pediu cautela.
“Além deste infortúnio e desta desgraça, ainda há pessoas que têm a lata de vir roubar os nossos velhinhos que perderam tudo e só ficaram com a roupa no corpo”, condenou.
Carlos David indicou ainda que quem quiser ajudar deve entrar em contacto directo com a corporação.
O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e que foi dado como dominado na tarde de quarta-feira, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.
O fogo começou em Escalos Fundeiros, e alastrou depois a Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria.
Desde então, as chamas chegaram aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.
Este incêndio já consumiu cerca de 30.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.