A ativista ambiental Greta Thunberg não passa de uma “pirralha”, disse esta terça-feira o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
“A garota, a Greta, disse que os índios morreram porque estavam a defender a Amazónia. É impressionante como a comunicação social dá espaço a uma pirralha destas. Uma pirralha”, disse o chefe de Estado aos jornalistas.
O militar na reserva diz que "qualquer morte preocupa" e sublinha que o Governo é "contra a desflorestação ilegal".
Jair Bolsonaro responde às críticas da jovem ativista sueca, de 16 anos, que tem alertado para o aumento da violência contra as comunidades indígenas no Brasil.
Nos últimos dias, dois indígenas da tribo Guajajara foram mortos a tiro no Maranhão, na zona oriental da Amazónia.
Na resposta ao Presidente brasileiro, que defende a exploração dos vastos recursos da Amazónia para fins económicos, Greta Thunberg alterou a sua nota biográfica na rede social Twitter para “Pirralha”.
Na semana passada, Jair Bolsonaro culpou o ator norte-americano Leonardo DiCaprio de financiar incêndios na Amazónia, através de doações para uma organização não-governamental. DiCaprio já desmentiu qualquer financiamento, mas destacou a importância de defender a floresta amazónica.
Bolsonaro não é o primeiro Presidente de um país que Greta Thunberg deixa irritado. Aquando da cimeira cimática de Nova Iorque, Donald Trump também fez comentários irónicos depois de um discurso dramático em que a ativista acusou os políticos de inação na luta contra as alterações climáticas.
Horas depois do discurso apaixonado da sueca, Trump, que nega o facto das alterações climáticas e que tem abolido uma série de medidas destinadas a proteger o ambiente, partilhou uma notícia da revista "Wired" que citava excertos desse discurso e acrescentou-lhe uma nota sarcástica.
"Parece uma menina feliz de olhos postos num futuro brilhante e maravilhoso. Tão bom de ver!", escreveu o chefe de Estado em tom sarcástico.