O ministro das Finanças, Mário Centeno, acredita que a economia portuguesa possa crescer mais do que 3% no segundo trimestre do ano.
“[Admito que] O crescimento do segundo trimestre em termos homólogos venha a ser superior a 3%, dada a aceleração que estamos a assistir na economia”, afirma Mário Centeno em entrevista exclusiva à agência Reuters.
O governante também manifesta confiança que a economia cresça acima de 2% no total do ano de 2017. As previsões oficiais do Governo português ficavam pelos 1.8% para este ano, mas nos últimos dias o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse na Croácia que, no melhor cenário, esse valor podia chegar aos 3,2%.
“O discurso do Governo é que o crescimento económico é forte e sustentado, e que está a crescer”, deixou claro o ministro português.
Nesta entrevista divulgada no dia em que foi comparado pelo ministro alemão das Finanças a Cristiano Ronaldo, Mário Centeno destacou o facto de Portugal estar, "finalmente" a recuperar terreno em relação à Europa.
“Nós estamos finalmente a convergir [com a União Europeia].
Os números de convergência do primeiro trimestre são enormes. Nós crescemos
mais de dois terços em termos de PIB do que a UE. Isso é um valor muito
significativo e antecipamos que essa tendência de convergência se mantenha ao
longo de todo o ano de 2017 e o desejo de todos é que ela se possa prolongar por
2018”, declarou.
O governante deixa ainda uma mensagem aos mercados e aos investidores: o crescimento português é sustentável porque está a ser alimentado, sobretudo, pelas exportações.
"Nós consideramos que para actividade económica, aquilo que o Governo deve dizer e insistir em termos de mensagem é: há uma aceleração da actividade, essa aceleração está sustentada em exportações e investimento, é portanto algo que tem condições para permanecer durante vários trimestres."
Mário Centeno tem-se desdobrado em entrevistas a meios de comunicação económicos a propósito da saída do procedimento por défice excessivo decidida por Bruxelas. Ontem, à Bloomberg TV, Mário Centeno defendeu que não ia rever em alta as projecções do governo, mas admitiu estar à espera de “números melhores do que esperado”.
Com uma das economias a registar menor taxa de crescimento económico nos últimos anos, e depois de uma crise económica e financeira que atingiu o país a partir de 2008, as notícias do crescimento da economia portuguesa têm superado todas as expectativas dos analistas.