A chegada dos primeiros refugiados a Portugal está agendada para a próxima semana e a Igreja Católica está preparada para acolher quem vier, mas queixa-se de falta de informação da parte do Governo. O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, garante, ainda assim, que está tudo a postos.
“Estamos em articulação com a Cáritas e a plataforma de acolhimento aos refugiados. Gostaríamos de ter mais orientações, ainda não temos, mas estamos preparados para aquilo que fizer falta”, assegura.
“Temos já cinco espaços reservados, mas queremos saber como é que isto funciona”, afirma D. Jorge Ortiga, que considera que será possível encontrar “muitos mais” espaços.
“Houve muitas pessoas que disseram: se fizer falta cá estaremos”, diz. “Estou convencido que não virá muita gente cá para o Norte, mas isso é [uma opinião] pessoal. Haverá preparação para o número que fizer falta”, sublinha o arcebispo de Braga.
D. Jorge Ortiga falou em declarações ao programa “Ser Igreja”, da Rádio SIM (uma rádio do Grupo Renascença), que vai para o ar às 23h00.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) já fez saber que espera enviar o primeiro grupo para Portugal no próximo dia 7 de Novembro. As autoridades portuguesas já foram informadas desta chegada.
Para os voluntários já inscritos na Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), sejam instituições ou particulares, começou na quinta-feira uma acção de formação que teve o simbolismo de se realizar na mesquita central de Lisboa.
A formação será dada maioritariamente através da internet e aborda questões tão variadas como o diálogo intercultural e inter-religioso, o trauma e a saúde mental na população refugiada e ainda o racismo e a xenofobia, as rotas migratórias e a actual situação dos territórios em conflito.
A Plataforma de Apoio aos Refugiados já junta 250 entidades da sociedade civil.