De Trás-os-Montes a Rui Veloso e Tony Carreira, José Cid sempre foi amigo da polémica
30-05-2016 - 18:31

Criticou o “piroso” Tony Carreira, diz que Mariza é um “eucalipto”, rejeita a coerência com orgulho. É um artista português (e provocador), com certeza: José Cid. A polémica voltou a bater à sua porta.

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Nos anos 90, posou seminu para a capa de uma revista em protesto contra a falta de música portuguesa nas rádios. Foi o gesto mais público (até agora?) de uma carreira fértil em provocações e frases polémicas.

Nas últimas horas, José Cid voltou a estar no centro de uma polémica, amplificada pelas redes sociais – instrumentos que conseguiram desenterrar uma entrevista em 2010 e fazer das palavras "José Cid" a principal tendência no Twitter.

O que se segue é uma colecção de frases provocadoras de José Cid, publicadas nos últimos anos.

Sobre transmontanos: “Vêm excursões de pessoas que nunca viram o mar para o Pavilhão Atlântico. Pessoas assim medonhas, desdentadas e efectivamente isso não é Portugal.” Canal Q, 2010

Sobre Tony Carreira: "Tem-se revelado um excelente pai. Consegue pôr aquelas crianças [Mickael e David], que não cantam nadica, a 'cantar' e a serem estrelas." (TV 7 Dias, Setembro de 2013)

Sobre Tony Carreira: “Ele não faz música popular; faz música populosa – um misto de popular e piroso.” (Jornal de Notícias, Agosto de 2007)

Sobre a diferença entre o seu disco de rock progressivo e o clássico de Rui Veloso: "Ainda hoje digo que comparar ‘10.000 Anos [depois entre Vénus e Marte]’... com o 'Chico Fininho' é comparar a obra-prima do mestre com a prima do mestre-de-obras". (Expresso, Abril de 2014)

Sobre Rui Veloso: “Canto muito mais do que ele ao vivo. Ninguém o reconhecia se não fosse o Carlos Tê. (…) Eu, José Cid, canto, toco, danço, faço chachachá, rock progressivo, jazz, fado, música étnica, em qualquer palco do mundo, melhor do que tu.” (Vice, Maio de 2013)

Sobre D. Manuel II, último rei de Portugal: “Esse gajo é um imbecil.” (Vice, Maio de 2013)

Sobre Mariza: “Quem é a Mariza, que não tem criatividade nenhuma, para me vir dizer isto? Era o que faltava. Ela acha-se muito, mas é um eucalipto, seca tudo à volta. Mas agora lixou-se, que apareceram duas miúdas talentosas, que são Ana Moura e a Carminho.” (Vice, Maio de 2013)

Um "offshore" de indesejáveis: “A Austrália é um país com tudo bem pensado a todos os níveis. Há 150 anos, os ingleses mandaram para lá tudo o que não precisavam de Inglaterra — que era o que eu faria com Porto Santo, se fosse Presidente da República: mandava para lá umas 200 mil pessoas que não prestam para nada. Não era para os tratar mal. Tinham hospitais e tudo isso. Mas não saíam dali. Políticos corruptos, empresários corruptos, dealers, cantores pimbas, ia tudo para lá e dali não saía. Os multimilionários podiam lá fazer um ‘offshore. Ias ver, daqui a 100 anos, Porto Santo era a Suíça.” (Vice, Maio de 2013)

Da coerência: “Eu uns dias acordo astronauta e noutros dias tractorista, não tenho propriamente uma linha. (…) Não tenho nada de ser igual a mim próprio, coerente. Como disse numa t-shirt que mandei fazer, ‘coerente é a minha avó’. Eu não tenho de ser coerente.” (Jornal Alto Alentejo, Agosto de 2015)

Sobre o punk rock português: "Salvo raras excepções, as bandas poderiam ter deixado os instrumentos em casa" (Expresso, Abril de 2014)

Sobre o seu lado comercial: “Eu não sou um Ronaldo. O meu estatuto cultural e moral não se resume a um carro novo. Mas assumo que fiz músicas comerciais porque precisava de pagar a renda, impostos e o colégio da minha filha.” (Jornal de Leiria, Agosto de 2011)