A banda Shalvá, formada por jovens israelitas com diferentes deficiências e que era favorita em todas as sondagens para representar o país em maio, no Festival Eurovisão da Canção, abandonou o concurso, depois de se ter recusado a atuar num sábado.
O grupo, que se tornou nas últimas semanas favorito, quer do público, quer dos juízes do concurso, para eleger o representante de Israel, anunciou esta terça-feira a sua recusa em participar, segundo o jornal "Jerusalem Post", citado pela agência Efe.
Três dos oito elementos da banda são judeus ortodoxos, pelo que a sua religião não lhes permite trabalhar, nem tocar ou fazer qualquer esforço na jornada sabática, que começa na sexta-feira ao cair da noite e prolonga-se até ao anoitecer de sábado.
Os representantes israelitas, incluindo a minstra da Cultura, Miri Reguev, tentaram, sem êxito, convencer a União Europeia de Radiodifusão a abrir uma exceção com a banda Shalvá, para que não atuasse na sexta-feira à noite.
O grande ensaio para a final, porém, é tido em conta pelos juízes durante o voto, pelo que a participação de todos os finalistas é obrigatória.
A banda Shalvá foi criada por uma fundação para crianças com necessidades especiais, e vários dos seus elementos têm síndrome de Down e de Williams, cegueira ou incapacidade parcial permanente, e os seus vocalistas, Dina e Anael, são cegos.
Este ano, o Festival Eurovisão da Canção decorre em Telavive, Israel, depois de no ano passado o país se ter sagrado vencedor do concurso, que decorreu em maio, em Lisboa, com a música "Toy", interpretada por Netta Barziliali.
As semifinais do concurso estão marcadas para 14 e 16 de maio e a cerimónia da final para o dia 18 do mesmo mês, um sábado.