A Associação do Alojamento Local em Portugal considera que converter as habitações do setor em arrendamento de longa duração pode matar o turismo nas cidades.
Em declarações à Renascença, o presidente da associação, Eduardo Miranda, diz que é necessário apoio, mas a linha de financiamento anunciada por António Costa para converter alojamento local em arrendamento acessível de longa duração não é a solução.
“Não podemos cair na ilusão, nem achar que a solução para o turismo é tirá-los todos do turismo e enviá-los para o arrendamento de longa duração”, diz.
Eduardo Miranda garante que “isso não vai acontecer”, lembrando que muitos proprietários não vão estar disponíveis para essa transição e os imóveis também não estão adaptados para essa nova realidade.
“São segundas habitações, têm outras exigências pessoais, os proprietários gostam do turismo, querem continuar no ramo”, explica.
O presidente da associação refere ainda que se isso acontecesse as grandes cidades ficavam sem resposta turística.
“Basta lembrar que em Lisboa e no Porto o alojamento local representa 50%, ou no caso do Porto 60%, de todas as dormidas. Se houvesse uma migração dessas, matávamos o turismo nessas cidades”, argumenta Eduardo Miranda.
Nesta entrevista, Eduardo Miranda diz ainda que a medida proposta também não resolve o problema de habitação nas cidades, uma vez que 70% das unidades de alojamento local estão fora dos grandes centros urbanos.