O corpo de um bebé de 20 dias, originário da Costa do Marfim, foi encontrado dentro de um barco com 37 migrantes ao largo da ilha italiana de Lampedusa. O resgate pela guarda costeira italiana ocorreu durante a madrugada desta quinta-feira.
Segundo o jornal “Corrier della Sera”, os médicos, presentes no cais de Favarolo durante o desembarque, analisaram o corpo do e informaram que a morte corresponde ao que foi declarado pela mãe no momento do resgate: morte por hipotermia, pois a criança estava frágil.
O bebé que partiu com a mãe, de 19 anos, da Costa do Marfim, sofria de problemas respiratórios e a família estava a tentar chegar a Itália para procurar tratamento.
Esta será a segunda morte por hipotermia nos últimos dias. Na quarta-feira, uma mulher que estava a bordo de um barco com 43 migrantes resgatado no mar Mediterrâneo também morreu, depois de ter sido transferida de urgência para um hospital de Lampedusa. Entrou em paragem cardiorrespiratória durante a travessia.
Estas embarcações carregadas de migrantes viajam muitas vezes em condições precárias e sem qualquer segurança, do norte de África para a Europa. Além das correntes enfrentam agora o frio.
O novo Governo de extrema-direita de Itália, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, acusa as organizações humanitárias que resgatam migrantes no mar de encorajarem o fenómeno migratório, pelo que decidiu não autorizar ou não responder aos seus pedidos para atracar em portos italianos.
Vários navios com centenas de pessoas mantiveram-se, durante dias, ao largo da costa italiana, apesar da degradação do estado de saúde dos passageiros.
A posição de Roma está a gerar tensão com França, já que os navios de resgate que não conseguem aportar em Itália acabam por se dirigir a outros países para fazer o desembarque.
Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), este ano já chegaram à Europa mais de 155 mil pessoas, das quais 124.497 por mar. Até agora, há a registar 2.338 migrantes dados como desaparecidos ou mortos.