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A Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) pediu esta terça-feira que as aulas do programa #EstudoEmCasa, que arrancou na segunda-feira na RTP Memória, incluam audiodescrição para os alunos cegos.
Em comunicado, a CNIPE lamentou a ausência nas primeiras aulas do projeto de audiodescrição para os alunos cegos, sublinhando que a “escola inclusiva não pode deixar de o ser agora”.
De acordo com a Confederação, as primeiras aulas só tiveram em consideração os alunos surdos.
“A audiodescrição ou descrição de imagens, esquemas, mapas e frases, é essencial para estes alunos poderem acompanhar o raciocínio lógico do encadeamento do que vai sendo dito, uma vez que a informação visual da matéria complementa, significativamente, o que é dito pelo professor”, sublinha a CNIPE.
A Confederação refere que, no atual contexto, não é recomendável remeter para os pais a descrição de toda a informação visual, justificando que “a maioria dos pais não domina os conteúdos abordados ou, se os domina, receia induzir o filho em erro”.
Não é recomendável também, segundo a CNIPE, porque “uma audiodescrição feita por um adulto em casa enquanto o professor fala/explica a matéria é extremamente confuso para o aluno e mesmo para o audiodescritor”.
Segundo a CNIPE, a limitada duração de cada aula implica também uma concentração de conteúdos num curto espaço de tempo.
Por isso, a CNIPE pede que seja revisto o modo de operacionalização das aulas com a inclusão da audiodescrição nas próximas gravações.
O programa #EstudoEmCasa arrancou na segunda-feira na RTP Memória com um conjunto suplementar de recursos educativos criado pelo Ministério da Educação e que conta com 112 docentes de seis escolas públicas, duas privadas e da ciberescola.
As aulas começam às 09h00 para os mais pequenos e terminam às 17h30 depois das matérias dadas aos do 9.º ano. A grelha horária está disponível em https://www.rtp.pt/estudoemcasa-apresentacao/ .
Desde 16 de março que todos os estabelecimentos de ensino estão encerrados, por decisão do Governo, para tentar controlar a disseminação do novo coronavírus, que já matou 735 pessoas e infetou cerca de 20 mil pessoas em Portugal.
Mais de dois milhões de crianças e jovens, desde creches ao ensino superior, ficaram em casa e a maioria tem aulas à distância através de plataformas ‘online’ ou trocas de ‘emails’ com os professores.
Os alunos do básico só deverão voltar a ter aulas presenciais em setembro, já que o Governo prevê apenas a hipótese do regresso às escolas, este ano letivo, para os alunos do 11.º e 12.º anos, assim como para os estudantes do ensino superior.
O Governo decretou o estado de emergência a 19 de março, que já foi prorrogado duas vezes, estando previsto agora o seu fim para 2 de maio. O diploma prevê a possibilidade de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".