Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
O presidente do PSD escreveu aos militantes para defender que é preciso união e solidariedade perante o atual contexto de pandemia, criticando igualmente os que cedem "à tentação de agravar os ataques aos governos em funções".
Rui Rio considera que o aproveitamento partidário das fragilidades políticas que a gestão de uma situação tão complexa acarreta "não é, neste momento, uma postura eticamente correta". E acima de tudo, para o líder social-democrata, "não é uma posição patriótica".
Na carta enviada na terça-feira aos militantes do PSD, Rio lamenta que na vida política nem sempre seja possível a união contra o inimigo comum e mostra-se convicto de que essa união e solidariedade serão indispensáveis "de molde a que o país consiga enfrentar este combate com o menor número de vítimas e o menor desconforto possível".
E enfatiza que tem tido, por isso, enquanto líder da oposição, uma atitude cooperante, quer com o Presidente da República, quer com o governo, para "ajudar a resolver da melhor maneira o grave problema que nos atormenta".
O líder do PSD acrescenta que vão chegando ecos de que a maioria dos militantes tem apoiado e assumido essa mesma postura, o que muito o satisfaz e orgulha, revela, porque é sinal de um sentido de Estado que honra o passado do partido.
Rui Rio fala dos tempos difíceis que se avizinham depois da paragem económica forçada e sublinha que o PSD disse sempre "presente" nas graves crises que o país enfrentou no passado. Pelo que tem visto, afirma-se seguro de que a grande maioria dos militantes continua à altura das suas responsabilidades e que, nesse sentido, Portugal pode continuar a contar com o seu partido “para o servir da forma séria e capaz” e agradece o exemplo que os social-democratas têm dado.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 567 mortos, mais 32 do que no dia anterior (+6,%), e 17.448 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 514 (+3%).
Leia aqui a carta de Rui Rio aos militantes do PSD na íntegra:
Cara/o companheira/o
Portugal e o mundo em geral vivem uma situação única na história da Humanidade. Não porque a Covid-19 seja a primeira pandemia de sempre, mas porque, por força da globalização, ela ocorre, pela primeira vez, praticamente em simultâneo em todo o mundo.
Dada a gravidade da situação - seja na vertente da saúde pública, da economia ou nos aspetos de ordem social que dentro em breve se irão agravar - temos todos de estar unidos e solidários, de molde a que o nosso País consiga enfrentar este combate com o menor número de vítimas e o menor desconforto possível.
Lamentavelmente, na vida política nem sempre essa união contra o inimigo comum acontece, pois, não raras vezes, aparecem os que não resistem à tentação de agravar os ataques aos governos em funções, aproveitando-se partidariamente das fragilidades políticas que a gestão de uma tão complexa realidade sempre acarreta.
Em minha opinião, essa não é, neste momento, uma postura eticamente correta. E não é, acima de tudo, uma posição patriótica. O que as pessoas querem (e bem!) é eliminar o vírus o mais depressa possível, dispensando uma instabilidade política que só dificulta o que já, de si, não é fácil de resolver.
Como líder da oposição, tenho tido, por isso, uma atitude de cooperação com o Senhor Presidente da República e com o Governo de Portugal, procurando ajudar a resolver da melhor maneira o grave problema que nos atormenta enquanto povo e enquanto nação.
Dos ecos que me vão chegando, concluo que a maioria dos nossos militantes tem também apoiado e assumido esta postura, o que não só me satisfaz, como muito me orgulha. Ver o nosso partido com sentido de Estado e da responsabilidade, é vê-lo a honrar o seu passado e a pôr Portugal à frente de tudo o mais.
Infelizmente, Portugal vai ter de passar por tempos bem difíceis, depois desta prolongada paragem económica a que nos tivemos de submeter.
Em todas as anteriores crises graves que o País enfrentou, os portugueses puderam sempre contar com o PSD.
Pelo que tenho visto nestes momentos difíceis que estamos a passar, podemos ter a certeza que a grande maioria dos militantes sociais-democratas continua a estar à altura das suas responsabilidades e que, nesse sentido, Portugal pode continuar a contar connosco para o servir da forma séria e capaz, como sempre fizemos ao longo da nossa história.
Agradeço, sinceramente, enquanto presidente do PSD, mas também enquanto cidadão, o exemplo que, como militantes partidários, temos sido capazes de demonstrar aos nossos concidadãos. Muito Obrigado!
Com um abraço social-democrata
Rui Rio
Presidente do PSD