O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta quinta-feira que as exportações e as importações portuguesas aumentaram 0,9% e 1,2%, respectivamente, em 2016, face ao ano anterior, tendo o défice comercial subido 281 milhões de euros.
Segundo o "Jornal de Negócios", as vendas para o exterior tiveram o menor crescimento dos últimos cinco anos.
As exportações de bens registaram uma desaceleração face ao acréscimo de 3,7% verificado em 2015, à semelhança das importações de bens, que cresceram menos do que em 2015 (2,2%).
Dezembro até foi um mês de aceleração com aumento de exportações nos dois dígitos, mas não chegou para compensar o ano inteiro de aumentos pequenos.
O défice da balança comercial atingiu 10.766 milhões de euros em 2016, o que representa um aumento de 281 milhões de euros face ao ano anterior.
Também segundo o "Negócios", para o mercado angolano, um dos mais importantes para as exportações portuguesas, Portugal vendeu 1,5 mil milhões de euros para Angola, o que representa uma quebra de 28,4% face ano anterior.
Uma contracção que se seguiu a uma quebra de 33,9% registada em 2015. O "Negócios" contabiliza que isso significa que, em apenas dois anos, o valor das exportações portuguesas de mercadorias para Angola caiu para menos de metade.
Calçado com máximo histórico
Em 2016, Portugal exportou mais de 81 milhões de pares de calçado, num valor de 1.923 mil milhões de euros e que representa um crescimento de 3,2% face a 2015 e um novo máximo histórico.
Segundo dados divulgados esta quinta-feira pela associação do sector (APICCAPS), com base na informação disponibilizada pelo INE, 2016 representa "o sétimo ano consecutivo de crescimento das vendas nos mercados externos".
A APICCAPS destaca que, desde 2009, as exportações já aumentaram mais de 55% e o calçado português cresceu em praticamente todos os mais relevantes mercados externos.
"Relevante é o facto de as exportações portuguesas de calçado estarem a aumentar, desde 2010, para todos os 20 principais mercados do calçado português, com excepção do Reino Unido", refere a associação em comunicado.
Assim, continua, embora as exportações continuem a apresentar alguma concentração nos grandes mercados europeus, as taxas de crescimento mais elevadas foram obtidas em mercados não tradicionais do sector que configuram oportunidades de diversificação: China (3108%), Emirados Árabes Unidos (608%), Estados Unidos (461%), Austrália (363%) e Polónia (295%).