O primeiro-ministro António Costa assumiu esta terça-feira que foi convidado para um dos cargos de topo da União Europeia hoje fechados pelo Conselho Europeu, tendo, garante, recusado por estar “exclusivamente” dedicado nos próximos anos ao seu “compromisso com Portugal e os portugueses”.
“Já disse o que tinha a dizer várias vezes sobre essa matéria: não tenciono desertar de Portugal. Estou muito empenhado em continuar a fazer aquilo que tenho vindo que a fazer”, reforçou António Costa.
O primeiro-ministro disse também hoje esperar que o Conselho Europeu não tenha subavaliado a importância e a capacidade de decisão do Parlamento Europeu (PE) ao indicar a alemã Ursula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia. “Este processo tem várias fases, esta foi só a primeira fase, em que o Conselho tem de propor ao Parlamento [um candidato]. Agora temos de ver qual a reação do PE ao conjunto destas propostas. Espero que o Conselho não tenha subavaliado a importância do PE e da sua capacidade de decisão”, manifestou, após a conclusão da cimeira europeia que definiu a distribuição dos lugares de topo da União Europeia.
No pacote hoje fechado, o Conselho Europeu ignorou o processo dos "Spitzenkandidaten" (termo alemão para candidatos principais), método defendido pelo assembleia europeia, apontando para a presidência da Comissão Europeia o nome de Ursula von der Leyen, que não esteve na corrida à sucessão de Jean-Claude Juncker nas eleições europeias de maio.
“Cada instância tem de se pronunciar no momento próprio. Esta foi a solução possível aqui neste Conselho, no contexto e na composição deste Conselho. Qual vai ser a reação do PE, o PE tem quem fale por si no local próprio. Se o PE aprovar as propostas do Conselho, o processo seguirá. Se o PE rejeitar, o Conselho terá necessariamente de voltar a pronunciar-se. Este é um processo de diálogo institucional. Os votos que faço é que corra bem”, acrescentou.