O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, recusou hoje que o partido tenha qualquer problema com a sua capacidade de renovação de propostas e protagonistas, lembrando os novos rostos que têm surgido nos últimos anos.
"A renovação é importante, mas nós não temos nenhum problema com a nossa capacidade de renovar, quer as nossas propostas, quer os nossos protagonistas", afirmou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas à chegada ao pavilhão de Espinho, onde irá esta noite começar o 36.º congresso do PSD.
Recordando os rostos e as personalidades que o partido levou para o Governo há quatro anos e meio, o líder da bancada social-democrata considerou que "nenhum outro partido se tem renovado como o PSD nos últimos anos".
"As pessoas já se esqueceram, mas ainda no início do anterior Governo do PSD havia tantos ministros do PSD como ministros independentes e havia apenas mais um ministro do PSD do que do outro partido que compunha a nossa coligação, o CDS-PP", vincou.
Questionado se as eleições autárquicas no outono de 2017 serão um teste à liderança de Pedro Passos Coelho, Luís Montenegro confirmou que o objetivo do partido é lutar por recuperar a supremacia em termos de mandatos autárquicos e de presidências de câmaras e de juntas de freguesia, mas recusou qualquer extrapolação para as legislativas. .
"O resultado autárquico é muito importante para nós, fazer disso uma condição para poder lograr obter a adesão maioritária do povo português é que me parece que não é adequado", sustentou, lembrando que em 2013 muitos teorizavam sobre as repercussões políticas e até governativas de um resultado negativo.
"Na altura não vencemos essas eleições e perdemos até de uma forma significativa uma quantidade de câmaras municipais e, não obstante, dois anos depois vencemos as eleições legislativas", argumentou, insistindo que "as autárquicas são uma coisa, o projeto para o país é outra coisa".
Relativamente ao congresso do partido que irá decorrer até domingo, Luís Montenegro antecipou um encontro "muito intenso em termos de reflexão política", considerando que o grande desafio do partido neste momento é preparar uma alternativa para reforçar a votação em próximas eleições.
Reiterando que a oposição "não se mede por níveis de agressividade", o líder parlamentar do PSD frisou que o partido que irá continuar a afirmar-se como "uma oposição responsável, séria e muito atenta àquilo que são os erros, as omissões da governação".
Quanto à ausência de algumas figuras do congresso, como Rui Rio ou a ex-líder Manuela Ferreira Leite, Luís Montenegro admitiu que "via com bons olhos" que pudessem afirmar as suas convicções em frente aos congressistas, apesar de respeitar "a opção de preferirem intervir noutros fóruns".