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O primeiro-ministro, António Costa, deixa uma palavra de solidariedade para todos os que estão em isolamento por causa da Covid-19 e deixa um aviso: “apesar da vacina é preciso continuarmos a ter muito cuidado”.
“Acabei de completar 14 dias de isolamento profilático, e aproveito para deixar mensagem de solidariedade aos 91.090 portugueses – provavelmente agora são 91.089 - que estão em isolamento profilático”, disse António Costa na inauguração da nova unidade de cuidados do Hospital Amadora-Sintra, o primeiro evento público após o fim do período de confinamento.
O primeiro-ministro admitiu que o período de reclusão pareceu uma eternidade, mas é uma necessidade para travar o avanço da pandemia.
“Desejo a todos que possam completar o seu período em boa saúde, como eu, e queria dizer que sei bem que estes 14 parecem uma eternidade que nunca mais acabam, mas eu posso assegurar que os 14 dias acabam mesmo e ao fim dos 14 dias, espero que de boa saúde, possa regressar à vossa vida normal”, sublinhou.
António Costa também dedicou uma parte do seu discurso ao processo de vacinação, que arrancou no domingo em Portugal. É uma boa notícia, mas a vacinação vai demorar muitos meses e é preciso não baixar a guarda contra o vírus.
“O país tem vivido com muita emoção, entusiasmo e reforço de confiança o processo de vacinação que se iniciou nos últimos dias. Só aqui neste hospital, entre ontem e hoje, mais de 800 profissionais de saúde serão vacinados. É a primeira dose de uma vacina. Mas o processo de vacinação vai ser longo, de vários meses", sublinhou.
O primeiro-ministro afirma que a Covid-19 "vai continuar entre nós, não podemos baixar a guarda, e temos que manter todas as regras de proteção individuais que temos tomado até agora e continuar a evitar, o mais possível, os contactos que não são necessários, porque são fatores de risco".
"A mim bastou-me almoçar com uma pessoa que estava contaminada para ter de ficar 14 dias em isolamento", recordou.
“Por isso, muito cuidado. Apesar da vacina é preciso continuarmos a ter muito cuidado”, apela António Costa.
Na inauguração da nova unidade de cuidados intensivos do Hospital Amadora-Sintra, o primeiro-ministro destacou a importância da aposta nos meios e recursos humanos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e não apenas por causa da pandemia.
"Quando a pandemia começou éramos o país com menor capacidade de camas de cuidados intensivos por 100 mil habitantes. Definimos como prioridade do reforço do investimento no SNS atingirmos em 2021 a média europeia de camas em unidade de cuidados intensivos [UCI]. E não é por causa da Covid, é porque quando a Covid passar estes equipamentos continuarão a ser necessários”, defende.
"Estamos longe de ultrapassar este enorme desafio"
Na mesma linha, a ministra da Saúde aproveitou a sua intervenção para fazer um balanço e dizer que o investimento no SNS vai prosseguir.
"Passámos de 463 camas de cuidados intensivos, com os seus respetivos ventiladores, para perto das mil camas em todas as tipologias. Passámos de 1.142 para 1.961 ventiladores, num investimento de 60 milhões de euros", destacou Marta Temido.
Há nove hospitais do SNS que completaram os seus investimentos em alargamento ou remodelação das suas UCI, outros nove estão em processo de remodelação e mais seis estão preparados para iniciar o processo de expansão.
"Foi um esforço significativo, mas que ainda não está concluído e que vai continuar no primeiro semestre de 2021", sublinha Marta Temido.
A ministra considera que "falta agora o mais difícil, a componente dos recursos humanos, mas também aí temos feito caminho" e estão abertos concursos para a contratação de mais médicos e outros profissionais de saúde, além da melhoria dos sistemas de informação.
“O SNS é uma aposta continua e tem na sua base os profissionais de saúde, o melhor garante que que cá estaremos em 2021 para trabalhar para a saúde de todos. Estamos longe de ultrapassar este enorme desafio, a pandemia. Apesar da enorme esperança da vacina, pode ter várias fases, já aprendemos a lidar com a incerteza e o desconhecido. Temos a convicção de que conseguiremos enfrentar as dificuldades que nos venham a aparecer. Se não fosse o trabalho que fizemos ao longo dos últimos meses com um conjunto de agentes não teríamos chegado até aqui", conclui Marta Temido.