Guilherme d’Oliveira Martins e Rui Tavares reagem ao falecimento do historiador José Mattoso, este sábado, aos 90 anos.
Segundo Guilherme d’Oliveira Martins, “o professor José Mattoso era, indiscutivelmente, a grande referência da historiografia contemporânea em Portugal, mas também no conjunto mais vasto”.
“Não esqueço tudo aquilo que nos deixou, como grande universitário, grande investigador e alguém ao ter colaborado em iniciativas da maior relevância”, referiu.
Guilherme d’Oliveira Martins reforça: “Foi alguém que nos ensinou a ter uma leitura aberta, inteligente e tolerante relativamente à força e à importância de Portugal e da identidade portuguesa”.
Já Rui Tavares, líder do partido Livre, considera que “José Mattoso foi um dos maiores e mais importantes historiadores de Portugal, dos que mais me marcou”.
“Tive a sorte de ser seu aluno no início dos anos 90 na cadeira de História das Religiões na Idade Média. Era uma experiência extraordinária e única ser aluno dele. Nas aulas de José Mattoso o que se sentia era quase uma reverência pelo conhecimento, havia um lado muito grande de espiritualidade, que tinha a ver com o seu profundo cristianismo, mesmo depois de ter regressado à vida laica – já que tinha sido monge beneditino durante duas décadas – infundia nas aulas que dava um lado de contemplação e humildade que era muito impressionante.”
José Mattoso nasceu em Leiria, em 22 de janeiro de 1933, e foi o primeiro a ser distinguido com o Prémio Pessoa, em 1987. Em 1992, o Estado português condecorou-o com o grau de Grande Oficial da Ordem de Sant"Iago da Espada. Morreu este sábado aos 90 anos.