O advogado do ex-líder da claque do Sporting Juventude Leonina (Juve Leo) Nuno Mendes, mais conhecido como Mustafá, expressou indignação com a decisão de levar o seu cliente a julgamento, no âmbito do processo do ataque à Academia do clube, em Alcochete. Ainda assim, mostrou-se confiante de que Mustafá não será sentenciado por tráfico de droga, o único elemento que o distingue dos restantes 43 arguidos e que levou o juiz de instrução a deixá-lo em prisão preventiva.
"Não sei o que dizer. Não estou em choque, estou com medo. Vocês também deviam ter muito medo. Tenho medo de como é que estas coisas se processam, na justiça em geral. Leiam o processo com atenção e tentem perceber onde é que estão os indícios de tráfico de droga", declarou o advogado de Mustafá, esta quinta-feira, em declarações aos jornalistas, à saída do Tribunal da Relação do Barreiro.
O advogado assumiu que esperava que Mustafá fosse o único arguido do processo a ficar em prisão preventiva a "partir do momento em que essa indiciação por tráfico não cai e é reforçada", segundo o despacho da Relação, "porque é, porque é, porqué". "É uma nova forma de fundamentar os despachos", ironizou o advogado de Mustafá.
"Levo 20 anos de exercício de advocacia e não conheço nenhum arguido que fique em prisão preventiva sem nenhuns indícios, sem ser uma busca num espaço que ele não domina, nem tem a chave. Não há uma investigação nem anterior, nem posterior que confirme ou consubstancie a opinião do Ministério Público. Existem centenas de pessoas que podem confirmar e confirmaram que aquele quarto pertence a uma determinada pessoa, que aliás foi sequestrada, vamos dizer assim, para prestar declarações se advogado", criticou.
O advogado de Mustafá, que ficou surpreendido com a "honestidade intelectual e nobreza" do seu cliente, garantiu, apesar disto, que o ex-líder da Juve Leo não será sentenciado por tráfico de droga:
"No fim do julgamento, o Nuno Mendes não vai ser acusado, não vai ser sentenciado por tráfico de drogas, porque aquilo é uma aberração."