António Costa considera que a paz só será possível com a vitória da Ucrânia e a derrota da Rússia.
Em entrevista ao jornal Público, o primeiro-ministro defende que Vladimir Putin deve ser derrotado na frente de batalha, destacando que a invasão das tropas russas é uma ameaça intolerável ao direito internacional, que exige uma grande coligação global.
Costa adverte ainda que uma derrota da Ucrânia colocaria em causa a soberania dos Estados e a sua integridade territorial, considerando que este princípio tem de ser defendido à escala global e é em torno destes valores que conseguimos reunir uma aliança global que assegure o isolamento da Rússia.
A poucos dias de se assinalar a passagem de um ano sobre o início da guerra, Costa sublinha que ninguém sabe quando irá terminar o conflito e que ninguém tem legitimidade para impor aos ucranianos o momento em que têm de sentar-se à mesa das negociações.
O primeiro-ministro lembra que Kiev apresentou um plano em dez pontos para as condições para a paz, à comunidade internacional, que convidou a associar-se, adiantando que Portugal já manifestou a sua disponibilidade para trabalhar em três áreas concretas – segurança alimentar, segurança energética e ecocídio.
Segundo Costa, todos os países da UE já se disponibilizaram para participar, defendendo que esta guerra tem de ser um caminho para a paz e não uma via eterna para um conflito permanente.
Já no plano nacional, e ainda nesta entrevista ao jornal Público, o chefe de Governo reconhece o risco de se intensificarem as greves e os protestos, devido ao aumento do custo de vida - uma das consequências económicas da guerra.