A morte da filha de um ultranacionalista russo com ligações próximas a Vladimir Putin num ataque à bomba em Moscovo veio adicionar uma nova camada de tensão à guerra em curso na Ucrânia.
Esta segunda-feira, amontoaram-se as vozes aliadas do Presidente da Rússia nas acusações a Kiev de que plantou um engenho explosivo no carro de Alexander Dugin, tido como o "arquiteto" da invasão russa da Ucrânia.
A explosão de sábado à noite vitimou Darya Dugina, filha do proeminente russo. Um amigo da vítima citado pela agência TASS, Andrei Krasnov, garante que o Toyota Land Cruiser pertencia ao pai de Dugina, e que era ele o provável alvo.
De acordo com o jornal estatal "Rossiiskaya Gazeta", pai e filha tinham estado a participar num festival nos arredores de Moscovo e Dugin decidiu trocar de carro com Darya à última hora.
No rescaldo do ataque, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia já tinha sugerido que poderá ter sido a Ucrânia a orquestrá-lo. Kiev continua a negar qualquer envolvimento no incidente. Moscovo já abriu uma investigação ao caso.
Entretanto, um investigador russo exilada em Kiev avança que poderá ser um grupo dissidente russo o responsável pela morte de Dugina.
Num canal de televisão de língua russo criado por si na Ucrânia, o "February Morning", Ilya Ponomarev, ex-deputado que vive atualmente na capital ucraniana, disse acreditar que o engenho explosivo foi plantado pelo Exército Nacional Republicano.
O grupo, adiantou Ponomarev citado pelo "Guardian", opõe-se a Vladimir Putin e à invasão da Ucrânia, defendendo que o Presidente "está a mandar soldados russos para a morte certa e sem sentido".
"Este ataque abre uma nova página na resistência russa ao 'Putinismo'. Uma novidade — e não será o último."
O jornal britânico diz que não foi ainda possível verificar estas alegações quer sobre o ataque, quer sobre o grupo dissidente.