A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE) diz que o partido integra o coro de vozes que se têm levantado nos últimos tempos contra a eventual aplicação de sanções a Portugal por parte da Comissão Europeia.
"O Bloco de Esquerda faz parte de um consenso contra as sanções de Bruxelas. Bruxelas está a decidir se vai ou não sancionar a política do anterior Governo", afirmou aos jornalistas Catarina Martins durante uma acção do BE na Feira do Livro, em Lisboa.
"Bruxelas dizia que a austeridade era ser bom aluno. E agora quer sancionar aquilo que foi feito de acordo com o que dizia?", questionou.
No seu entender, "a política de austeridade já foi sancionada": os portugueses sancionaram-na "no momento em que votaram para ter outra maioria no Parlamento e outro Governo", sublinhou.
Questionada sobre o apelo hoje lançado pelo primeiro-ministro, António Costa, para que haja uma aprovação unânime no parlamento de uma resolução contra a aplicação de sanções a Portugal por parte das instituições europeias, Catarina Martins mostrou-se favorável à ideia.
"É bom que haja uma voz forte neste país contra sanções", assinalou, reforçando que "sanções à austeridade decide quem aqui vive e já decidiu nas urnas" nas últimas eleições legislativas, em Outubro do ano passado.
"Sei que há eleições em Espanha e sei que a direita ao nível da União Europeia fará tudo para condicionar as eleições em Espanha. É triste que assim seja. Acho que Portugal não deve passar a ser subserviente ou ter medo de uma chantagem que é feita. Esse nunca é um caminho", declarou.
O desafio lançado pelo secretário-geral do PS, António Costa, dirigido sobretudo ao PSD e ao CDS, foi um dos pontos políticos mais significativos da sua intervenção no encerramento do 21º Congresso Nacional do PS na Feira Industrial de Lisboa.