O Presidente da República condecorou, esta terça-feira, os paralímpicos Miguel Monteiro e Norberto Mourão no Palácio de Belém, onde o presidente do Comité Olímpico, José Manuel Constantino, também foi agraciado.
A cerimónia, que, segundo o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, deveria ter acontecido em 2021, na sequência das conquistas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020, foi adiada “por várias circunstâncias”, como a “dificuldade em encontrar todos os homenageados, o agravamento da pandemia e uma pequena intervenção” a que foi submetido, mas agora realizada para “uma homenagem nacional àqueles que uma vez mais prestigiaram Portugal.”
“Começo pelo Sr. Presidente [Comité Olímpico de Portugal], que tem tido uma responsabilidade ao longo de muitos anos no tocante às representações olímpicas de Portugal e que, em momentos uns mais fáceis e outros mais difíceis, com os recursos disponíveis, mas com uma preocupação de planeamento e de programação a prazo, soube encabeçar um período fasto e muito positivo para a nossa presença no mundo. Isso merece ser recompensado e daí ter decidido atribuir-lhe a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, porque se trata de uma verdadeira missão formativa, pedagógica de âmbito nacional e de repercussão internacional”, explicou Marcelo Rebelo de Sousa.
Grande Cruz e Comendadores
Após José Manuel Constantino, foi a vez de Pedro Pablo Pichardo, medalha de ouro no triplo-salto em Tóquio, o judoca Jorge Fonseca, que conquistou o bronze na categoria -100kg, Miguel Monteiro, terceiro lugar no lançamento do peso F40, e Norberto Mourão, que venceu a medalha de bronze nos 200 metros VL2 da canoagem, serem distinguidos.
“Temos o Pedro, o Jorge, o Miguel, o Norberto, temos quatro campeões! Nalguns casos repetentes, noutros menos repetentes ou repetentes de forma diversa, que têm vindo a afirmar-se e a melhorar ao longo do tempo. Isso é muito prestigiante para Portugal”, sublinhou o Presidente da República.
Além de referir o “momento marcado pela pandemia”, “um momento em que todos queremos que seja rápida a recuperação económica e social”, o chefe de Estado defendeu ser necessário “olhar para novos horizontes no mundo olímpico e paralímpico e trabalhar neles, porque o atraso que houve num ano significa que não temos os quatro anos da praxe e tem de correr tão bem ou melhor que nas últimas vezes.”
“Sabendo nós que os recursos são limitados, das dificuldades da programação da vida de todos os que pertencem a esse mundo, queria agradecer-vos em nome das portuguesas e dos portugueses pelos momentos de felicidade que nos deram no ano de 2021. Bem-haja!” agradeceu Rebelo de Sousa, Grão-Mestre das Ordens Honoríficas portuguesas, antes de entregar a Grande Cruz da Ordem do Mérito a Pedro Pablo Pichardo, a insígnia de Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique a Jorge Fonseca, e os graus de Comendador da Ordem do Mérito a Miguel Monteiro e a Norberto Mourão.
Condecoração "extraordinária"
O atleta paralímpico Norberto Mourão defendeu que a atribuição do grau de Comendador da Ordem do Mérito é “algo extraordinário”.
“É um momento alto, em que viemos ter com o nosso Presidente para sermos condecorados por uma pessoa que nos deu tanto apoio, desde início, e fez questão de estar connosco antes de irmos para Tóquio. Para nós é um orgulho estar aqui presente e ser condecorado”, afirmou Mourão, medalha de bronze nos 200 metros VL2 da canoagem em Tóquio.
Miguel Monteiro, também bronze no lançamento do peso F40 nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 considerou ser “muito gratificante ser condecorado pelo senhor Presidente da República”.
“Qualquer atleta tem em vista vários objetivos, principalmente os Jogos Paralímpicos e a conquista de medalhas. E o facto de o senhor Presidente nos ter condecorado só mostra que ele está atento a nós, tanto ao mundo olímpico como paralímpico, e é um fator ainda mais motivacional para continuarmos a trabalhar para atingirmos melhores marcas e resultados”, destacou.