A engenheira florestal Margarida Alvim voltou ao tema dos incêndios para lembrar como é essencial evitar o abandono do território.
“Os incêndios mostram que parte do nosso território foi abandonado e esquecido. Isso não é intencional, mas a verdade é que a nossa sociedade e o nosso estilo foi empurrando a que territórios teoricamente não lucrativos do ponto de vista agrícola foram sendo abandonados e é impossível as pessoas viverem aí”, disse.
Margarida Alvim acrescenta que “se queremos um país equilibrado temos de ter coesão territorial, para ter coesão territorial tem que se valorizar outros bens, e não só a parte económica”.
Falou dos incêndios de Outubro que do seu ponto de vista “mostram que parte do território e das pessoas foram abandonadas”. Para ela, a prevenção tem que se fazer ainda na escola.
Margarida Alvim, 43 anos, nasceu em Ourém, foi estudar para Lisboa aos 18 anos, engenharia florestal, mas o chamamento de regressar a casa falou mais alto. E em 2009 lançou o projecto da Associação Casa Velha.
“Trabalhamos com os mais novos esta consciência do estar agradecidos com o que temos, de perceber que pertencemos a uma comunidade concreta, com necessidades concretas e de percebermos que temos um lugar nessa comunidade. São estes dois pontos de conversão que trabalho na Casa Velha com os mais novos”, referiu.
Mais de meio milhar de participantes compareceram no 4º Encontro Nacional do Movimento de Leigos que decorreu em Viseu.