A peça "A margem do tempo", com que Eunice Muñoz se despede dos palcos ao fim de quase 80 anos de carreira, regressa no sábado, ao auditório municipal com o nome da atriz, em Oeiras.
Trata-se de um regresso aos palcos da atriz, depois de ter estado internada durante 20 dias.
Depois de estreada em abril naquela sala e de uma digressão por várias cidades do país, "A margem do tempo", na qual Eunice Muñoz contracena com a neta Lídia Muñoz, terá nove representações, de 3 a 26 de setembro.
Com texto do autor alemão Franz Xaver Kroetz (1946), a peça revela-se "uma longa didascália" "sem monólogo e sem diálogo", no qual a senhora Rasch, personagem partilhada pelas duas atrizes, convida os espectadores a assistirem a um final de tarde num dos seus dias repetidos, igual a todos os anteriores.
Encerrando a carreira de espetáculos para 2021, "A margem do tempo" voltará a apresentar-se em digressão em 2022, anunciou ainda fonte da produção do espetáculo.
Com música de Nuno Feist e encenação de Sérgio Moura Afonso, "A margem do tempo" põe diante do público a humanidade de uma mulher mais velha, Eunice Muñoz, que vai relembrando a monotonia dos dias repetidos, que se materializam numa mais nova senhora Rasch, Lídia Muñoz, que vai caminhando em direção ao seu "eu mais soturno e nostálgico".
Protagonizada pela atriz após um internamento hospitalar de três semanas, "A margem do tempo" terá representações nos dias 3, 4, 5, 11, 12, 18, 19, 25 e 26 de setembro, sempre às 19h00.
Prestes a comemorar 80 anos de carreira, que se assinalam dia 28 de novembro, "A margem do tempo" é a peça que assinala o regresso da atriz de 93 anos aos palcos, após um afastamento desde 2012, e que escolheu para encerrar a carreira.