O cavaleiro tauromáquico João Moura foi hoje acusado pelo Ministério Público (MP) de 18 crimes de maus-tratos a animais de companhia, ocorridos em 2019 e 2020, na sua propriedade em Monforte, no distrito de Portalegre.
Num comunicado publicado na página de Internet da Procuradoria da Comarca de Portalegre, o MP anunciou que deduziu acusação e requereu o julgamento do arguido.
O comunicado não identifica o nome do arguido, mas fontes judiciais contactadas pela agência Lusa revelaram que o acusado é João Moura.
O cavaleiro está acusado de um total de 18 crimes, 17 deles de maus-tratos a animais de companhia e um de maus-tratos a animais de companhia agravado.
Os factos, sublinhou o MP, ocorreram entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, em Monforte.
O cavaleiro tauromáquico foi detido pela GNR, no dia 19 de fevereiro de 2020, por suspeitas de maus-tratos a animais, na sequência do cumprimento de um mandado de busca à sua propriedade, em Monforte, tendo então sido apreendidos 18 cães.
Na altura, fonte da GNR adiantou que a detenção tinha surgido no seguimento de uma investigação realizada pelo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA).
“Houve um auto de notícia elaborado pela GNR”, que “originou um processo-crime”, disse então a mesma fonte.
Após interrogatório realizado nesse dia no Tribunal de Portalegre, João Moura foi constituído arguido e ficou sujeito a termo de identidade e residência.
Na altura, a associação SOS Animal disse que João Moura está “identificado como o maior criador de galgos do país, é um principais promotores de corridas de cães em Portugal”, sendo que, neste processo judicial, tinha sido constituído arguido por crimes de maus-tratos a cães dessa raça que cria, vende e usa em corridas.
O Jornal de Notícias, que deu hoje conta da dedução da acusação pelo MP, refere que, aquando da intervenção policial na herdade, “vários dos galgos estavam em estado crítico e um chegou mesmo a morrer, apesar dos cuidados veterinários que lhe foram prestados após o resgate”.