As localizações possíveis para o novo aeroporto de Lisboa só vão ser anunciadas no próximo dia 27, mas há quem não queira esperar: quatro municípios vão avançar já com um estudo para a criação da Cidade Aeroportuária de Santarém.
Ainda sem certezas de que a proposta será aprovada, os autarcas de Santarém, Golegã, Alcanena e Torres Novas assinam, na terça-feira, o acordo de cooperação intermunicipal para poderem vir a receber o novo aeroporto, que irá alargar a capacidade de Lisboa.
É mais um estudo, desta vez para uma nova solução, explica o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves.
“O território onde vai ser implementado é Santarém, mas estes três outros concelhos também estão muito próximos daquele projeto. Uma das coisas que se decidiu entre todos era que houvesse uma comissão técnica intermunicipal que procedesse ao estudo e planeamento urbanístico daquela futura área que irá suportar o aeroporto e ver todas as infraestruturas que são necessárias.”
O projeto é promovido pelo consórcio privado Magellan 500, que promete uma solução sem investimento público, com capacidade para servir 10 milhões de passageiros por ano e ligações em 32 minutos à capital, que podem passar a 25 minutos.
O autarca de Santarém garante que a distância de Lisboa ao futuro aeroporto não será um problema.
“Isto mede-se em tempo e não em quilómetros. Hoje, consegue ir de comboio até Santarém em meia-hora e de carro em 40 minutos. E se daqui a um tempo aquilo que está projetado ao nível de infraestruturas no Plano Nacional de Investimentos [avançar], de comboio será 25 minutos até à zona do aeroporto. 25 minutos não é nada”, afirma Ricardo Gonçalves.
Dos custos sabe-se apenas que a primeira fase está avaliada em mil milhões, a suportar por privados. Com 30 milhões de passageiros, pode criar 70 mil postos de trabalho.
O projeto do aeroporto de Santarém concorre com outras oito localizações, como Alcochete e Montijo, há vários anos em estudo, mas o autarca garante que são a melhor solução, com menos custos e menos impacto ambiental.
“É um estudo de uma entidade privada que não tem custos para o Estado. Vemos outras soluções mais longe, outras muito mais caras, outras que precisam de pontes e infraestruturas de muitos milhões de milhões, temos questões ambientais noutros projetos. Este projeto é o mais ‘clean’ de todos e é aquele que, do ponto de vista da rápida implementação e de ser escalável, cumpre muitos dos requisitos e é a melhor solução para o país.”
Este projeto é publicamente apresentado ao final da tarde de terça-feira, no Convento de São Francisco, em Santarém, um evento com início marcado para as 17h00.