O secretário de Estado da Administração Interna disse esta terça-feira que a carreira de guarda-florestal "deixou de ter qualquer tipo de continuidade", razão pela qual "não faz sentido" reverter a extinção concretizada há dez anos.
"Até por todo o tempo que já decorreu, pela extinção de serviços, não faz sentido pensarmos neste momento nessa reversão", declarou Jorge Gomes.
Falando aos jornalistas à margem de uma visita ao comando do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, o governante vincou que o executivo não tenciona "fazer uma reversão".
Na sua óptica, a carreira - extinta em 2006, quando o actual primeiro-ministro, António Costa, liderava a pasta da Administração Interna - "deixou de ter qualquer tipo de continuidade".
A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas anunciou que vai emitir um pré-aviso de greve de 24 horas para 8 de Setembro, para contestar a extinção da carreira e reclamar a atribuição de suplementos remuneratórios relacionados com as condições específicas do seu trabalho.
Nesse dia, haverá uma manifestação nacional que começará com uma concentração no Largo do Carmo, em Lisboa, onde está localizado o quartel-general da Guarda Nacional Republicana (GNR), força na qual foram integrados estes profissionais. Seguir-se-á um desfile até ao Terreiro do Paço, onde se situa o Ministério da Administração Interna.
Jorge Gomes indicou já ter transmitido a posição do Governo às forças sindicais: "Fiz questão, e fui eu pessoalmente que o fiz, de transmitir à federação e aos sindicatos que a reversão da carreira não estava em causa, não estava em cima da mesa de forma nenhuma".
Em 2006, os guardas-florestais foram integrados no Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR.