O Governo propôs, esta quarta-feira, aos sindicatos aumentar em 10 euros os salários mais baixos da função pública, mantendo o reforço de 0,3% para os restantes. A novidade foi confirmada por avançou Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum.
“A resposta foi manter em 0,3% a atualização salarial para os funcionários públicos e aumentou de sete para 10 euros a atualização para os níveis 4 e 5 da Tabela Remuneratória Única", referiu Ana Avoila, no final de uma reunião no Ministério da Modernização do Estado e Administração Pública, assinalando que, com esta resposta, o Governo não deixa alternativa aos trabalhadores que não seja avançar para novas formas de luta.
A coordenadora da Frente Comum precisou ainda que o Executivo não apresentou nenhuma proposta visando o aumento do subsídio de refeição e dos dias de férias, matérias que constam das contrapropostas das três estruturas sindicais.
“Não há mais reuniões marcadas. É um processo que fica por aqui”, sublinhou Ana Avoila, para assinalar que, perante este desfecho, o Governo não deixa alternativa aos trabalhadores e terá de assumir “as consequências”.
A presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), diz ser necessário “avançar para uma grande manifestação” de protesto. “Todos os trabalhadores têm de começar a pensar se uma greve geral não faz sentido”, disse aos jornalistas Helen Rodrigues.
Interrogada se equacionava uma greve geral dos trabalhadores dos setores público e privado, a dirigente sindical afirmou estar “a apelar pelo menos a uma grande manifestação do setor público e privado. De todos queles que vivem do trabalho”.
O aumento extraordinário será pago a partir de Março e aplica-se aos dois primeiros níveis da tabela remuneratória da função pública, o quarto e o quinto.
O salário mais baixo é actualmente de 635,07 euros e passará para 645,07 euros. Esta subida atinge a primeira e a segunda posição dos assistentes operacionais.
No nível 5, o dos assistentes técnicos, são abrangidos os funcionários da primeira posição. Em vez dos 683,13 euros passam a receber 693,13 euros.
A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública já tinha reconhecido que havia margem para ir mais longe no que diz respeito a esses escalões remuneratórios mais baixos, mas o resto estava fechado.