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A ministra da Saúde, Marta Temido, disse hoje que só com recomendação técnica será introduzida no Programa Nacional de Vacinação (PNV) a vacina contra a pneumonia, que pneumologistas defendem que devia ser gratuita para os idosos.
A ministra visitou hoje a Casa do Artista, em Lisboa, onde assinalou o arranque da campanha de vacinação contra a gripe deste ano, antecipada como medida preventiva contra a covid-19, procurando evitar que os idosos e outros grupos de risco contraiam as duas infeções.
Questionada sobre a posição dos médicos pneumologistas, hoje noticiada, que defendem que para além da vacina da gripe, também a vacina contra a pneumonia devia ser gratuita para idosos, a ministra respondeu que isso acontecerá se houver recomendação técnica para o efeito, mas alertou que este tipo de decisão tem o seu tempo próprio.
“Muitas vezes, e têm-me alertado muitas vezes para isso nos últimos tempos, é preciso dar tempo à decisão técnica para termos melhor decisão técnica. Nós nas nossas vidas temos muitas vezes pressa e gostávamos que as coisas pudessem ser decididas com maior velocidade, mas há um tempo para a boa decisão técnica e não podemos pressioná-la. Isso significa que logo que haja indicação técnica para essa introdução, essa introdução será feita”. disse.
Hoje, na conferência de imprensa sobre o ponto de situação da covid-19 em Portugal, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, referiu que esta vacina “existe no mercado das farmácias e existe no programa nacional de vacinação, só que no programa nacional de vacinação é administrada gratuitamente a todas as pessoas que pertencem a grupos de risco especiais para contrair uma doença pneumocócica, nomeadamente uma pneumonia ou outra doença invasiva”.
No que diz respeito às outras pessoas que não estão incluídas no PNV, esta vacina “deve ser feita uma vez na vida depois dos 65 anos de idade, mediante prescrição médica e, portanto, será comprada nas farmácias”.
Na visita à Casa do Artista a ministra referiu-se ainda aos surtos de covid-19 em unidades hospitalares, referindo que o Governo tem conhecimento de vários no país com profissionais de saúde contaminados, sublinhando a aplicação dos planos de contingência e referindo que o cancelamento de visitas, ainda que seja sempre uma opção em aberta, será a “última solução” a adotar, uma vez que essa cancelamento “é bastante penoso para quem está isolado”, seja em unidades hospitalares, seja em lares de idosos.
A ministra acompanhou, do lado de fora da sala e à distância exigida, o arranque da vacinação na Casa do Artista, que tem uma população residente muito idosa, com vários centenários entre os utentes, e onde ainda não foram registadas infeções, nem entre profissionais, nem entre utentes.
A primeira fase da vacinação destina-se aos residentes de lares de idosos, aos profissionais que aí trabalham, aos profissionais de saúde e mulheres grávidas.
Segue-se uma segunda fase, que arranca a 19 de outubro, generalizada a todos os grupos de risco, particularmente aos maiores de 65 anos, e durante a qual os pontos de vacinação serão alargados a farmácias comunitárias e juntas de freguesia, por exemplo, “para facilitar a utilização de vacinas”.
Nas farmácias comunitárias vai também estar disponível parte do contingente de vacinas contra a gripe do Serviço Nacional de Saúde (SNS), referiu a ministra.
“O nosso objetivo é garantir a maior adesão possível, sempre procuramos atingir adesões elevadas à vacinação contra a gripe sazonal, este ano face a esta confluência de fatores de risco o objetivo é ainda reforçado”, disse.
Portugal contabiliza pelo menos 1.957 mortos associados à covid-19 em 74.029 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).