EUA. Procurador-Geral com “tolerância zero” para imigrantes ilegais
08-05-2018 - 07:49

Agravar as sanções tem como principal objetivo combater aquilo a que chamou falsos pedidos de asilo político.

O Procurador-Geral norte-americano, Jeff Sessions, anunciou um plano de “tolerância zero” para os imigrantes que atravessam a fronteira do México sem documentação, que poderá causar, em alguns casos, a separação de famílias.

"Estas ações tornaram-se ainda mais necessárias devido ao aumento maciço de travessias ilegais nos últimos meses", declarou o antigo senador republicano do estado do Alabama, aludindo depois a números que apontam para um aumento de 55% do número de detenções na fronteira em relação ao ano passado.

“Se alguém passar a fronteira ilegalmente, nós iremos julgá-lo, é tão simples quanto isso”, explicou.

A condenação pela entrada ilegal nos Estados Unidos tem como pena máxima seis meses de prisão, se for a primeira vez, mas se a pessoa for reincidente, a pena pode ir até dois anos.

Segundo o titular do Departamento de Justiça norte-americano, esta decisão de agravar as sanções tem como principal objetivo combater aquilo a que chamou falsos pedidos de asilo político.

De forma a cumprir esta estratégia, de analisar os casos de todos aqueles que chegam aos Estados Unidos sem a devida documentação, 35 procuradores foram enviados para a fronteira sul do país, além de 18 juízes de imigração, que vão ocupar "todo o seu tempo" a debruçar-se principalmente sobre os pedidos de asilo, explicou o republicano de 71 anos.

"Não duvido que muitos dos que atravessam ilegalmente a nossas fronteiras deixem para trás situações difíceis, mas não podemos receber todos aqueles que estão numa situação difícil", disse Sessions, durante a visita à fronteira que separa San Diego de Tijuana (México), ao lado do diretor dos Serviços de Imigração e Alfândegas, Thomas D. Homan.

A Amnistia Internacional (AI) classificou a separação de crianças das respetivas famílias, quando são detidas por entrarem nos Estados Unidos de forma ilegal, como uma "política monstruosa que atenta contra os direitos humanos”.

Em comunicado, a diretora executiva da Amnistia Internacional nos Estados Unidos, Margaret Huang, declarou que "a ideia de que as crianças podem ser protegidas separando-as das suas famílias desafia a lógica e a humanidade".

"Essas crianças já sofreram o trauma da violência e da perseguição nos seus países de origem, além de uma jornada árdua em busca de um lugar seguro", argumentou.