Um tribunal italiano decidiu, esta terça-feira, a favor da libertação da capitã alemã de um navio operado pela organização Sea Watch, que resgata migrantes no Mediterrâneo.
Alessandra Vella, a juíza responsável pela decisão, defendeu que a jovem de 31 anos não infringiu qualquer lei nem cometeu nenhum ato de violência contras as autoridades italianas.
Carola Rackete foi detida, no passado sábado (29), por aportar sem autorização no porto italiano de Lampedusa e foi acusada de resistir a um navio de guerra, crime que acarreta uma pena que pode chegar aos 10 anos.
A bordo do navio, que permaneceu durante duas semanas em alto mar, estavam 40 migrantes africanos. Depois de ter contrariado as indicações do executivo italiano, que negou o pedido para aportar, Rackete foi recebida por um grande contingente policial e imediatamente detida. Os migrantes puderam desembarcar e foram para centros de acolhimento.
Esta é primeira derrota de Matteo Salvini, ministro do Interior de Itália, que mantém desde a tomada de posse um discurso anti-imigração e que já reagiu à decisão do Tribunal.
Claramente desiludido com a decisão da juíza Alessandra Vella, Salvini não se deixa a abater, responde que a prioridade é enviar Rackete de volta a Alemanha e atira a responsabilidade do julgamento para o sistema judicial alemão.
“Não há problema: o comandante criminal está pronto para enviá-la de volta ao seu país, porque representa um perigo para a segurança nacional. Ela [Carola Rackete] vai regressar à sua Alemanha, que não seria tão tolerante com uma italiana que atentasse contra a vida das autoridades alemãs”, pode ler-se numa publicação feita na conta oficial do Twitter de Salvini.
Portugal já se disponibilizou para receber cinco dos migrantes resgatados pelo navio alemão "Sea Watch 3".