O escritor e ensaísta António Mega Ferreira morreu esta segunda-feira, aos 73 anos.
A notícia foi avançada em nota publicada na página da Presidência da República, em que Marcelo Rebelo de Sousa lembra o "amigo de sempre", que foi seu colega desde o Liceu Pedro Nunes até ao fim do curso na Faculdade de Direito de Lisboa.
"Jornalista da imprensa e da televisão, editor, ficcionista, ensaísta, cronista, poeta, tradutor, gestor cultural, António Mega Ferreira foi uma das figuras mais dinâmicas da cultura portuguesa do último meio século", refere a nota, que preta homenagem a "um dos melhores da sua e minha geração no campo da cultura".
Socialista assumido, liderou a candidatura de Lisboa à Expo 98, da qual foi comissário executivo, e foi gestor do CCB e da Orquestra Metropolitana de Lisboa, presidente da Parque Expo e do Oceanário de Lisboa, além de ter sido jornalista no Jornal Novo, no Expresso, em O Jornal e na RTP, onde chefiou a redação da Informação do segundo canal, tendo sido ainda chefe de redação do JL — Jornal de Letras, Artes e Ideias - e fundado as revistas Ler e Oceanos.
Em entrevista à Renascença, há pouco mais de um mês, não fazia uma avaliação positiva do governo de António Costa, denunciando a “prudência deste regime de maioria absoluta” que, no seu entender, “tem as cores do medo”. Ao primeiro-ministro avisava que “é preciso ter capacidade de decisão, coragem e arriscar” e afirma que, apesar de não gostar da personalidade, “com Sócrates as coisas avançavam”.
Numa altura em que estaria a lançar o livro “Roteiro Afetivo das Palavras Perdidas”, dizia não lhe faltar mais nada para fazer. Assustado com o estado do mundo, diz que hoje combater a extrema-direita “é a grande utopia em que nos temos que empenhar”.