O Governo está pronto a injetar cerca de mil milhões de euros na TAP. A garantia foi dada pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. A operação já foi aprovada por Bruxelas e vai conferir liquidez imediata à empresa.
“No imediato, quando as nossas condições forem aceites, fazemos uma injeção para garantir a liquidez, começa-se já a trabalhar já num plano de reestruturação, a capitalização será feita durante o processo de reestruturação”, adiantou o governante esta quarta-feira.
O Governo estima que o plano de reestruturação da companhia aérea seja realizado em seis meses, adiantou também o ministro.
Pedro Nuno Santos revelou que "a injecção será feita por tranches, na forma de empréstimo público, do Tesouro, mas não está excluída fazer uma injeção com empréstimo privado garantido pelo Estado".
Nesta conferência de imprensa, o ministro esclareceu que Bruxelas autorizou um auxílio financeiro à companhia aérea que pode ir até aos 1,2 mil milhões de euros, mas o executivo espera ficar abaixo desse valor.
"Nós contamos não necessitar mais do que mil milhões de euros até ao final do ano, mas temos uma almofada de 200 milhões de euros porque obviamente estamos a trabalhar, como todos sabem, num contexto de elevada incerteza", esclareceu.
Quanto a uma eventual nacionalização ou insolvência da empresa, o ministro garantiu que "neste momento nenhum desses cenários está em cima da mesa".
A TAP recorreu, em 2 de abril, ao programa de ‘lay-off’ simplificado, disponibilizado pelo Governo como uma das medidas de apoio às empresas que sofrem os efeitos da pandemia de Covid-19.
A companhia está numa situação financeira agravada desde o início da crise provocada pela pandemia de covid-19, com a operação paralisada quase na totalidade, tendo andado a ser debatida uma intervenção do Estado na empresa.
Numa audição na Assembleia da República, Pedro Nuno Santos adiantou que a dívida da TAP ascende a 3,3 mil milhões de euros.