“Procuremos ser guardiões e construtores de unidade”. A declaração foi feita esta manhã pelo Papa, que se digira aos bispos, sacerdotes, consagrados, seminaristas e agentes pastorais que trabalham neste país do Golfo.
No último encontro antes de regressar a Roma, o Papa sublinhou a riqueza da experiência humana desta Igreja constituída por “um pequeno rebanho formado por migrantes”. Para ser credíveis no diálogo com os outros, é preciso “viver em fraternidade e valorizar os carismas de todos sem mortificar ninguém”, chamados a serem “sinais vivos de concórdia e de paz”.
As indicações que o Papa deixou não servem só para o interior da vida da igreja: “façamo-lo também na sociedade multireligiosa e multicultural em que vivemos, sejamos sempre a favor do diálogo, tecedores de comunhão com os irmãos de outros credos e confissões”, disse aos sacerdotes e consagrados.
Nesta missão, não pode haver espaço para divisões, litígios, calúnias, murmurações. “As divisões do mundo, e também as diferenças étnicas, culturais e rituais não podem ferir ou comprometer a unidade do Espírito. Pelo contrário”, disse Francisco que espera da Igreja um testemunho “acolhedor e compassivo”, que seja “fonte de unidade e fraternidade contra todo o egoísmo”.
A linguagem que o Papa quer é “a linguagem única do amor, para que as diferentes línguas humanas não permaneçam distantes e incompreensíveis” e para que “as barreiras da desconfiança e do ódio dêem lugar a espaços de acolhimento e diálogo, para sair ao encontro dos outros com a força desarmada e desarmante da misericórdia”.
No final deste discurso, o Santo Padre despediu-se do Bahrein, com recitação do Angelus e aproveitou para pedir orações pela paz.
Considerou “uma esperança, o acordo assinado sobre a situação na Etiópia” e pediu que, neste compromisso para uma paz duradoura, “se continue a percorrer a via do diálogo e o povo recupere depressa uma vida serena e digna”.
O Papa também rezou para que a guerra acabe na “martirizada Ucrânia”.